Entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em esquemas de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão encerrando suas atividades e fechando sedes em diversas cidades do país. A medida tem dificultado o andamento de processos judiciais movidos por aposentados que buscam ressarcimento dos valores desviados.
Entre os casos mais emblemáticos estão os das associações AAPPS Universo, Aapen e Conafer, cujas sedes foram encontradas fechadas por oficiais de Justiça. Em Aracaju (SE), a AAPPS Universo não funciona mais no endereço onde estava instalada durante vistoria da Controladoria-Geral da União (CGU) em 2024. O imóvel, localizado no bairro São José, passa por reformas para se tornar um buffet.
Segundo investigações da PF e da CGU, a AAPPS Universo teria descontado cerca de R$ 88 milhões diretamente das folhas de pagamento de beneficiários entre 2022 e 2024, muitos deles sem autorização.
Em Fortaleza (CE), a sede da Associação de Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) foi fechada três dias após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril. Funcionários foram dispensados e a cobertura do edifício no bairro Aldeota, antes identificada com letreiros, está desocupada. A presidente formal da entidade, Francisca da Silva de Souza, de 72 anos, acionou a Justiça alegando ter sido usada como “laranja” e responde a mais de 200 processos.
Já em Brasília, a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) também encerrou suas atividades. A sede, localizada no centro da capital, permanece fechada, embora ainda exiba letreiros. A entidade é acusada de adulterar documentos de desfiliamento e transformá-los em fichas de filiação. Entre 2019 e 2024, a Conafer teria descontado R$ 484,4 milhões de aposentados.
Justiça travada
O fechamento das sedes tem impedido que oficiais de Justiça localizem representantes das entidades para notificações. Muitos aposentados que ingressaram com ações individuais em tribunais estaduais obtiveram decisões favoráveis, mas não receberam os valores por falta de localização dos responsáveis.
Investigações em curso
Atualmente, há 13 inquéritos da PF em andamento em estados como São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Sergipe e Distrito Federal. Estima-se que cerca de 30 entidades estejam envolvidas no esquema, que pode ter desviado até R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.
A Operação Sem Desconto já resultou na apreensão de bens avaliados em R$ 176,7 milhões e no bloqueio de contas bancárias. Dois investigados permanecem presos preventivamente. Até o momento, não há ações penais concluídas nem réus condenados.
#BomDiaRioDosCedros #DiárioDeRioDosCedros #RioDosCedros #DonCarlosLeal #NotíciasRioDosCedros #TurismoRioDosCedros #CulturaRioDosCedros #EntidadesInvestigadasPeloINSSDificultamProcessos
