31/10/2024 às 06h43min - Atualizada em 31/10/2024 às 06h43min
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados pelo assassinato de Marielle Franco
Ex-policiais militares foram condenados pelo Conselho de Sentença do 4° Tribunal do Juri do Rio de Janeiro
Ana Luisa Sales / Fernanda Rodrigues / Don CarlosLeal
ITATIAIA
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estão no centro de investigação sobre a execução de Marielle. - Imagens: PMERJ / Reprodução Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31) pelo Conselho de Sentença do 4° Tribunal do Juri do Rio de Janeiro pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Lessa foi sentenciado a 78 anos de prisão e Queiroz a 59 anos. Os dois também foram condenados a pagar pensão para filho de Anderson e indenização para parentes de Marielle.
“Por anos os acusados juraram inocência. Até que um dia, no ano passado, por motivos que jamais vamos saber, Élcio fez a delação premiada e Ronnie fez também. A justiça por vezes é lenta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega aos culpados e tira deles o bem mais preciso depois da vida: a liberdade. Hoje a justiça chegou para vocês”, afirmou a juíza Lúcia Glioche ao proferir a sentença.
Quem foi Marielle Franco?
Vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL, eleita em 2016 com a quinta maior votação do município, Marielle Franco foi baleada à queima-roupa no dia 14 de março de 2018. O motorista Anderson Gomes, que conduzia o carro em que ela estava, também foi atingido e morto na ocasião.
Aos 39 anos de idade quando foi assassinada, Marielle se apresentava como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.
Formada em sociologia pela PUC-Rio, onde teve bolsa de estudos integral, e com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense, Marielle fez sua dissertação sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) instaladas nas comunidades do Rio. O título do estudo foi “UPP: a redução da favela a três letras”.
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Assim, ela transitava entre vários espaços sociais: o de pobreza e marginalidade das comunidades; o da elite intelectual das universidades; e o de poder legislativo da Câmara de Vereadores. Marielle conhecia e denunciava problemas envolvendo milicianos e também criticava ações da Polícia Militar ao entrar nas favelas cariocas.
Marielle também se apresentava como lésbica, tendo sido casada com a militante Monica Benicio, e se definia como feminista. O que aumentava a militância dela para essas pautas: defesa das mulheres e da comunidade LGBTQIAP+.
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