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Trump associa paracetamol ao autismo e defende leucovorina como tratamento

Declarações do presidente dos EUA contrariam consenso científico; especialistas alertam para riscos de desinformação sobre saúde materna e infantil

Don Carlos Leal
22/09/2025 18h56 - Atualizado há 6 horas
Trump associa paracetamol ao autismo e defende leucovorina como tratamento
O presidente dos EUA, Donald Trump, olha para o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., durante anúncio na Casa Branca, em Washington, em 22 de setembro de 2025. - Foto: Reuters / Kevin Lamarque / Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (22) que a FDA, agência reguladora de medicamentos do país, notificará médicos sobre um suposto risco aumentado de autismo em crianças associado ao uso de paracetamol durante a gravidez. A declaração gerou forte reação da comunidade médica e científica, que reforça não haver evidência conclusiva sobre essa relação.

“Tomar Tylenol não é bom. Vou dizer, não é bom”, disse Trump, referindo-se ao nome comercial do paracetamol nos EUA. Segundo ele, autoridades de saúde recomendarão que gestantes evitem o medicamento, salvo em casos estritamente necessários.

O paracetamol é amplamente utilizado como analgésico e antitérmico, sendo considerado seguro durante a gestação, especialmente em comparação com anti-inflamatórios como o ibuprofeno, que são contraindicados. Embora estudos observacionais tenham investigado possíveis impactos no desenvolvimento fetal, não há consenso científico que comprove associação direta com o autismo.

Fabricantes e entidades médicas reagiram às declarações. A farmacêutica Kenvue, responsável pelo Tylenol, afirmou que “não há base científica” para a associação. O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia reforçou que “estudos não mostram evidências claras de relação entre uso prudente de paracetamol e problemas de desenvolvimento fetal”. Diretrizes britânicas também mantêm o medicamento como “primeira escolha” para gestantes.

Além disso, Trump defendeu o uso da leucovorina — derivado do ácido fólico usado em tratamentos oncológicos — como possível terapia para sintomas de autismo. A FDA aprovou uma versão do medicamento fabricada pela britânica GSK, citando estudos com pacientes que apresentam deficiência cerebral de folato, condição rara que pode gerar sintomas semelhantes aos do espectro autista. No entanto, especialistas alertam que os estudos são limitados e não sustentam recomendações amplas.

Pesquisadores destacam que o autismo tem origem predominantemente genética, com mais de uma centena de genes associados à condição. Fatores ambientais, como infecções durante a gestação, também podem influenciar, mas não há evidência de que medicamentos como o paracetamol sejam causadores diretos.

Estudos recentes, como um publicado na revista JAMA, analisaram dados de milhões de crianças e não encontraram relação causal entre o uso do paracetamol na gravidez e o desenvolvimento de autismo, TDAH ou deficiência intelectual. Médicos alertam ainda que não tratar febres durante a gestação pode representar riscos reais, como aborto espontâneo ou parto prematuro.

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FONTE: G1
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