O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, declarou nesta sexta-feira (19) que uma eventual candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à Presidência da República, sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, poderia agravar o estado emocional do pai. “Vai ajudar a matar o pai de vez?”, disse Valdemar, em entrevista à Folha de S. Paulo.
A fala ocorre em meio à especulação de que Eduardo Bolsonaro poderia deixar o PL para disputar o Palácio do Planalto nas eleições de 2026. Valdemar afirmou que espera ver Jair Bolsonaro como o candidato da direita, mas reconheceu que, caso o ex-presidente permaneça inelegível, caberá a ele indicar um substituto.
Questionado sobre a possibilidade de Eduardo contrariar o pai, Valdemar respondeu que o deputado “tem que obedecer porque os votos que ele tem são por causa do pai, não são por causa dele”.
Entre os nomes cotados para representar a direita na disputa presidencial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece como principal opção. No entanto, Tarcísio reafirmou nesta quarta-feira (17) que pretende concorrer à reeleição. Valdemar também mencionou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como possível indicado por Bolsonaro, destacando o caráter imprevisível do ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro rebate críticas e cobra retratação
Em resposta às declarações de Valdemar, Eduardo Bolsonaro classificou a fala como “canalhice” e afirmou esperar um pedido público de desculpas. “Dizer que um filho ajudaria a matar o próprio pai, se ele não aceitar as chantagens que até seus aliados mais próximos estão fazendo com ele, é de uma canalhice que não esperava nem mesmo de você, Valdemar”, disse o deputado à coluna de Bela Megale, do jornal O Globo.
Eduardo também criticou o governador Tarcísio de Freitas, após tentativa de negociação sobre tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O parlamentar está nos EUA desde março, onde atua em articulações políticas, incluindo propostas de sanções contra autoridades brasileiras, com foco no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
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