Brasília (DF) - O voto do ministro Luiz Fux no julgamento da tentativa de golpe de Estado, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus, provocou reações diversas no meio jurídico e político. Para o professor Beto Vasques, especialista em comunicação política e diretor do Instituto Democracia em Xeque, a manifestação de Fux pode abrir espaço para interpretações favoráveis à anistia e reforçar discursos alinhados à extrema direita.
Segundo Vasques, o voto do ministro “funciona como uma injeção de adrenalina para os seguidores de Bolsonaro nas redes sociais” e fortalece a retórica de que há “censura” e “perseguição política” no país. Essa leitura, afirma o professor, é comum entre os setores mais radicais do bolsonarismo e pode ser usada para sustentar a narrativa de que não houve tentativa de golpe.
O especialista também destaca que o posicionamento de Fux surpreendeu ministros e advogados de defesa, por divergir de sua trajetória no Supremo Tribunal Federal. “Mesmo que não seja acompanhado pelos demais ministros, o voto fortalece a narrativa de absolvição coletiva e busca apagar a tentativa de golpe da história recente”, avalia.
Vasques aponta ainda uma contradição entre o voto atual e o histórico punitivista de Fux, que se destacou em julgamentos como o do Mensalão e da Lava Jato. “Ao relativizar condutas graves, ele rompe com sua própria tradição”, observa. O professor também ressalta o contraste entre o voto de Fux e os de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que se posicionaram pela condenação dos réus.
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