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Guilherme Macalossi: o “Papa Comunista” e a estupidez odiosa de nosso tempo

Há uma estupidez obtusa e irascível pairando no mundo dos vivos. Sua forma de atingir o que é transcendente é tentar atacar a reputação e a história de um homem bom que foi servo fiel do Senhor

Guilherme Macalossi / Jocelaine Santos / Don Carlos Leal
26/04/2025 13h38 - Atualizado há 10 horas
Guilherme Macalossi: o “Papa Comunista” e a estupidez odiosa de nosso tempo
Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21). No Altar da Confissão na Basílica de São Pedro, foi realizado o rito de fechamento do caixão do Romano Pontífice. - Foto: Vatican Media / Reprodução
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“Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque ela é falsa”, disse certa feita o papa Francisco. O papa respondia, durante uma entrevista para os jornais La Nación e Corriere della Sera, as acusações políticas de que seria um comunista. Os ataques começaram após a publicação do seu Evangelii Gaudium em 2013, em que traçava as linhas de sua aplicação do Evangélico durante o pontificado que recém se iniciara. Nos últimos dias, desde sua morte, a falsificação ideológica sobre sua trajetória e pensamento foi requentada por grupos políticos de extrema-direita, que fazem da fé um subproduto moldado pelo fanatismo.

“Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque ela é falsa”, disse certa feita o papa Francisco. O papa respondia, durante uma entrevista para os jornais La Nación e Corriere della Sera, as acusações políticas de que seria um comunista. Os ataques começaram após a publicação do seu Evangelii Gaudium em 2013, em que traçava as linhas de sua aplicação do Evangélico durante o pontificado que recém se iniciara. Nos últimos dias, desde sua morte, a falsificação ideológica sobre sua trajetória e pensamento foi requentada por grupos políticos de extrema-direita, que fazem da fé um subproduto moldado pelo fanatismo.

No Rio Grande do Sul, uma vereadora de Porto Alegre chegou ao extremo de dizer que não via como “coincidência sua morte no dia seguinte à Páscoa”. Na visão da parlamentar, “há uma limpeza espiritual acontecendo”. Vai ver, em sua cabeça, Francisco tinha a alma contaminada por alguma coisa que só ela conseguia ver. Do que se trata tal “limpeza” a que ela se refere? É um genocídio de almas? O Deus da misericórdia eterna foi transformado e reduzido num agente do ressentimento e da vingança política?

Francisco estava longe de ser um capitalista renhido, mas reconhecia a existência de um processo globalizante e, portanto, de uma economia de mercado. Na mesma entrevista em que respondia sobre seus supostos pendores esquerdistas, disse que “a globalização sobre a qual a Igreja pensa não se parece com uma esfera em que cada ponto é equidistante do centro e na qual, portanto, perde-se a particularidade dos povos, e sim um poliedro, com suas diversas facetas, no que cada povo conserva sua própria cultura, língua, religião, identidade”. Justo, belo e moral, além de perfeitamente coerente com sua própria formação e origem.

Jorge Mario Bergoglio nasceu no interior da Argentina, país latino desigual e empobrecido por ditaduras e líderes populistas. Se fez membro de uma tradicional congregação católica, a Companhia de Jesus. Ali desempenhou firme trabalho missionário e social até se tornar arcebispo metropolitano de Buenos Aires. Confundir seu trabalho religioso junto aos Jesuítas com qualquer traço de comunismo, chamando-o de papa comunista, é ignorância ou má-fé deliberada.  Sua visão sociológica do Evangelho, voltada à caridade, à humildade e ao acolhimento dos desamparados não tem nada de marxista. Ao contrário, está no núcleo de conduta do catolicismo desde seu advento com Jesus Cristo.

O papa não é um garoto-propaganda de sua ideologia
Há uma estupidez obtusa e irascível pairando no mundo dos vivos. Sua forma de atingir o que é transcendente é tentar atacar a reputação e a história de um homem bom que foi servo fiel do Senhor. O papa Francisco não fez nada além de propagar a Palavra.

Ainda que sua obra e ensinamentos ecoem na eternidade, fato é que ele já não está mais conosco para se defender. Eis que se impõe como dever de todos os católicos e bem-intencionados reivindicar seu legado e preservar sua integrante daqueles que continuam a exercitar seu ódio atirando pedras.

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FONTE: GAZETA DO POVO
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