31/07/2024 às 10h11min - Atualizada em 31/07/2024 às 10h11min
Ditador venezuelano diz que está “pronto” para apresentar 100% das atas eleitorais
Nicolás Maduro acrescentou que espera que outros candidatos mostrem suas atas emitidas por cada uma das máquinas das mais de 15.000 seções eleitorais
Via Reuters / Don Carlos Leal
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Policiais ao lado de outdoor com imagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas. - Foto: Reuters / Alexandre Meneghini / Reprodução O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (31) que o partido governista “está pronto” para apresentar 100% das atas das eleições, exigência recorrente da comunidade internacional e da oposição. Em entrevista no Supremo Tribunal de Justiça, onde apresentou um recurso para que a câmara eleitoral investigue “os ataques” ao processo eleitoral, Maduro acrescentou que espera que a corte também peça a outros candidatos os dados de suas atas emitidas por cada uma das máquinas das mais de 15.000 seções eleitorais.
A ação perante a mais alta corte ocorre em um momento de grande tensão diante da contestada eleição e de relatos de possíveis prisões de líderes da oposição, mantendo muitas pessoas em casa. O país vive um terceiro dia de incerteza e nervosismo após os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou Maduro como o vencedor da disputa. Ele governará por mais seis anos, até 2031.
Mas a oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, disse ter em posse relatórios das máquinas de votação indicando que seu candidato teria vencido com mais de 6 milhões de votos contra 2,7 milhões de Maduro.
“O Partido Socialista Unido da Venezuela está pronto para apresentar 100% das atas eleitorais que estão em nossas mãos e espero que a Câmara Eleitoral faça o mesmo com cada candidato e cada partido. Eu sei o que estou dizendo a eles”, declarou Maduro ao deixar o tribunal. “Muito em breve eles vão descobrir (…) já apareceram as provas desse complô.”
O presidente pediu que o STJ convoque as autoridades do órgão eleitoral, a promotoria e os candidatos presidenciais para que “o ataque às seções eleitorais e as sedes queimadas do CNE, o ataque cibernético” possa ser verificado. O governo credita o atraso na transmissão dos registros de votação no domingo a um ataque ao sistema de computadores.
Em meio a protestos, Maduro anunciou na terça-feira patrulhas de militares e policiais nas ruas de todo o país e disse que um aplicativo seria usado para processar queixas contra opositores “extremistas” que ele culpa pela agitação.
O aplicativo chamado Venapp, geralmente usado para relatar falhas de serviço, entre outras coisas, desde a noite de terça-feira conta com uma categoria para as pessoas denunciarem “guarimbas fascistas”. “Guarimbas” é a gíria usada pelos venezuelanos para se referirem aos protestos de rua.
Na noite de terça-feira, membros das forças de segurança, alguns vestidos de preto, circularam em várias cidades do país, de acordo com testemunhas da Reuters e vídeos nas redes sociais. Em Caracas, nas primeiras horas do dia não foram observadas patrulhas, exceto em alguns pontos de vigilância específicos na cidade, segundo testemunhas da Reuters.
O CNE ofereceu apenas um boletim oficial, não forneceu os resultados discriminados pelos 15.000 centros que operaram no domingo no país e seu site não está funcionando desde segunda-feira.
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