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21/07/2024 às 09h40min - Atualizada em 21/07/2024 às 09h40min

SC teve dois homicídios registrados como casos de violência política, conforme levantamento

Lideranças locais, como vereadores e prefeitos, são os principais alvos das ofensivas no país, apontam relatórios

Nathalia Fontana / Don Carlos Leal
NSC TOTAL
Liderados por ameaças, SC registrou 17 casos de violência política em 2023. - Foto: Unsplash / Reprodução
Santa Catarina registrou 17 casos de violência política ao longo de 2023. Os dados são dos relatórios do Observatório da Violência Política e Eleitoral do Grupo de Investigação Eleitoral da Escola de Ciência Política da UNIRIO. Entre os casos monitorados, estão agressões, ameaças, atentados e homicídios, seja contra lideranças políticas ou seus familiares. 

Os relatórios classificam os casos de violência contra lideranças políticas por estados em cinco tipos: agressão/agressão familiar, ameaça/ameaça familiar, atentado/atentado familiar, homicídio/homicídio familiar e sequestro/sequestro familiar. 

“Violência política é definida como qualquer tipo de agressão que tenha o objetivo de interferir na ação direta das lideranças políticas, como limitar a atuação política e parlamentar, silenciar vozes, impor interesses, eliminar oponentes da disputa, restringir atividades de campanha, dissuadir oponentes de participar do processo eleitoral e/ou impedir eleitos a tomar posse”, destaca o Observatório da Violência Política e Eleitoral.

Ao longo do último ano, Santa Catarina registrou 13 casos de ameaça, um de agressão, um de atentado e dois de homicídio, não sendo especificados nos documentos se os casos foram contra os agentes políticos ou seus familiares. O estado que lidera o número de casos de violência política no último ano é São Paulo, com 47 casos, seguido de Minas Gerais com 42, e da Bahia, com 31 casos. Confira o número de casos por estado:

Acre: 3 
Alagoas: 11 
Amazonas: 4 
Bahia: 31 
Ceará: 12 
Distrito Federal: 1 
Espírito Santo: 10 
Goiás: 14 
Maranhão: 11 
Minas Gerais: 42 
Mato Grosso do Sul: 5 
Mato Grosso: 13 
Pará: 9 
Paraíba: 13 
Pernambuco: 10 
Piauí: 12 
Paraná: 14 
Rio de Janeiro: 29 
Rio Grande do Norte: 10 
Rondônia: 4 
Roraima: 2 
Rio Grande do Sul: 12 
Santa Catarina: 17 
Sergipe: 6 
São Paulo: 47 
Tocantins: 10 

Vereadores são as principais vítimas
A pesquisa analisa também o perfil político das vítimas, definindo as lideranças políticas consideradas como eleitos, ex-políticos, candidatos, ex-candidatos, pré-candidatos e funcionários da administração pública.

Os vereadores se destacam como os principais alvos dos ataques, representando 159 casos de violência política em todo o país em 2023. Em seguida vêm os prefeitos, com 38 casos no ano, o que mostra as lideranças locais como as principais vítimas desse tipo de violência, conforme os relatórios.

Os dados do observatório são apresentados em boletins trimestrais. Em 2024, foram publicados dados de janeiro a março e de abril a junho, nos quais Santa Catarina já soma mais quatro casos de violência política. Foram um caso de homicídio no primeiro trimestre, e um de agressão, um de ameaça e um de atentado no segundo trimestre.

Efeito do caso Trump
No último final de semana, um caso de violência política chamou atenção de todo o mundo. O ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato à presidência do país, Donald Trump, sofreu um ataque a tiros durante um comício eleitoral.

O caso, que deixou uma pessoa morta e duas pessoas feridas, além do próprio ex-presidente com ferimentos, se soma a um histórico de outros atentados contra líderes políticos americanos. Além disso, a situação levanta o debate sobre casos de violência na corrida eleitoral em diversos países, como o Brasil.

O professor de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tiago Losso, afirma que situações como o atentado contra o ex-presidente Donald Trump não devem ter impacto no sentido de aumentar a violência política no país, já que a impressão geral sobre o caso foi negativa. 

— Boa parte da repercussão disso foi muito negativa. Tanto que o atual presidente, Biden, lamentou aquilo, assim como o presidente brasileiro. Você não vai encontrar ninguém que defenda publicamente aquele tipo de agressão no contexto de uma corrida eleitoral — destaca. 

Ele explica, contudo, que a relação entre violência e política existe, sendo que a política tem como princípio evitar o uso da violência nas disputas de poder. Quando há violência em um processo que deveria ser político, a própria política fica comprometida. 

Os presidentes assassinados e outros atentados contra políticos na história dos EUA

—  A política quando nasce, nas experiências das pólis gregas no Mediterrâneo antigo, foi pensada justamente como uma maneira não violenta de resolver os conflitos dentro das comunidades. Então, o uso da violência subverte a política, ela é a negação da política. No momento em que a violência se estabelece, a política deixa de existir — afirma. 

Ainda assim, casos de ameaças, atentados e até agressões e mortes são registrados no Brasil e no mundo contra agentes políticos. O professor aponta que, apesar de ser difícil realizar comparativos históricos, a época atual é “pacífica”. 

—  No caso do Brasil, uma república com 220 milhões de habitantes, nota-se relativamente pouca violência relacionada à política. São casos esporádicos — explica o professor de Ciência Política. 

O professor alega, ainda, que após o ocorrido com Trump no dia 13 de julho, veículos relembraram outros atentados contra presidentes americanos, como Abraham Lincoln, John F. Kennedy e Ronald Reagan. 

— A violência sempre esteve no entorno da política, como uma ameaça que subverte, que extingue a política quando se manifesta. — finaliza. 

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