30/01/2023 às 12h01min - Atualizada em 30/01/2023 às 12h01min
Câmara e Senado decidem nova presidência logo após a cerimônia de posse dos parlamentares eleitos
Lira sai como favorito, enquanto Pacheco conta votos contra Marinho
Sandy Mendes / Victor Fuzeira / Rebeca Borges
METRÓPOLES
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e Câmara, Arthur Lira, se cumprimentam no plenário da casa legislativa - Foto: Metrópoles / Agência Câmara / Reprodução Deputados e senadores voltam aos trabalhos legislativos no Congresso Nacional nesta quarta´feira, 1° de fevereiro para definir quem comandará as duas casas pelos próximos dois anos. As eleições para os cargos de presidente da Câmara e do Senado ocorrem logo após a abertura do ano legislativo e da cerimônia de posse dos parlamentares eleitos.
No pleito, o cenário final põe Câmara dos Deputados e Senado Federal em lados opostos. Isso porque, até o momento, tudo indica que o atual comandante dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve ser reeleito. O concorrente até o momento é Chico Alencar (RJ), que tem o apoio isolado do PSol e é o único a se opor ao alagoano.
Por sua vez, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apesar de favorito, enfrenta resistência entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclusive lançaram candidatura própria para concorrer com o mineiro. Rogério Marinho é o nome do Partido Liberal para a presidência da Casa Alta. Na última semana, o PL cravou o apoio do PP e do Republicanos. Há, ainda, o candidato do Podemos, Eduardo Girão (CE), que promete tirar votos dos demais concorrentes.
Lira já é dado nos corredores da Câmara como o vencedor da disputa pela presidência. Graças à sua capacidade de articulação, o atual presidente e candidato à reeleição foi capaz de unir, em um único bloco de apoio, siglas opostas e adversárias, como PT e PL, além das bancadas do PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil (fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil.
Com essa composição, o deputado venceria com folga, obtendo mais do que os 257 necessários para vencer ainda em primeiro turno. Ciente do expressivo favoritismo, o parlamentar alagoano tem se movimentado nos últimos dias para ampliar o apoio e demover o risco de "traições" no dia da votação. Recentemente, o presidente da Câmara avalizou uma série de regalias para os deputados, que incluem o aumento da cota parlamentar, de cargos para lideranças partidárias e do valor do auxílio moradia.
Apesar da resistência entre os simpatizantes de Bolsonaro, os parlamentares do Senado confiam que Rodrigo Pacheco será reeleito. Atualmente, o presidente conta com 55 votos. O número é fruto da junção de PT, MDB, PSD e União Brasil em aliança pela recondução. No Senado, para ganhar em primeiro turno a presidência da casa, o candidato precisa de pelo menos 41 votos. Se ninguém chegar a esse número, os nomes vão para o segundo turno. O escolhido toma posse em seguida.
Na Casa, a principal aposta é que as eleições serão definidas por traições, que ocorrem quando um senador vota contra a orientação do partido ou contra um acordo feito com determinado candidato. Vale ressaltar que o voto é secreto. Outra possibilidade apontada pelos bolsonaristas é que o Podemos retire, no dia da votação, a candidatura de Girão e, para enfraquecer Pacheco, apoie em peso Marinho na disputa. Os eleitos comandarão as casas de 1° de fevereiro de 2023 até 31 de janeiro de 2025.
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