08/12/2022 às 00h01min - Atualizada em 08/12/2022 às 00h01min
Presidente do Peru é preso após decretar estado de exceção e dissolução do congresso
Momentos antes, o parlamento aprovou o impeachment de Pedro Castillo
El Comercio
G1
Pedro Castillo, presidente do Peru, dissolveu o Congresso do país nesta quarta-feira (7) - Foto: Ernesto Benavides / AFP / Reprodução O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi preso após aprovação relâmpago do impeachment e ser destituído pelo Congresso do país, de acordo com informações do jornal local "El Comercio". A decisão, votada nesta quarta-feira (7), ocorreu depois que o líder peruano dissolveu o Parlamento do país. A TV peruana mostrou Castillo e sua família deixando o palácio de governo. Além dele, estavam a mulher, Lilia Paredes, os filhos e a cunhada. Eles foram detidos quando estavam retirando seus pertences em sacolas.
O Congresso convocou Dina Boluarte, vice-presidente de Castillo, para assumir a presidência. Ela deve ser empossada às 15:00 de Lima (17:00 de Brasília).
Após decretar estado estado de exceção mais cedo nesta quarta-feira, uma sessão de emergência do Parlamento foi convocada e Castillo destituído por "permanente incapacidade moral". A moção de vacância foi apresentada com o apoio de 67 votos e admitida em debate com 101 votos a favor, seis contra e 10 abstenções.
"Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei", escreveu Boluarte no Twitter.
"Deputados da oposição, embora Óscar Zea (ex-ministro de Castillo) também tenha sido visto, se abraçam e comemora a vacância de Pedro Castillo", escreveu René Zubieta Pacco, jornalista do jornal local "El Comercio", no Twitter.
O Ministério Público do Peru anunciou que vai tomar ações legais após os decretos do presidente do Peru, que mandou fechar o Congresso.
Em um vídeo, os procuradores Patricia Benavides, Zoraida Ávalos, Pablo Sánchez e Juan Carlos Villena afirmaram que o presidente tentou dar um golpe de Estado e que nenhuma autoridade pode se colocar acima da Constituição. "O Ministério Público adotará as ações legais correspondentes frente à quebra da ordem constitucional", disse Benavides.
Julho de 2021: Castillo assume depois de mais de 40 dias das eleições, após sua adversária, Keiko Fujimori apresentar recursos contra a vitória; Outubro de 2021: a renúncia do primeiro-ministro e de todo o gabinete ministerial gera primeira crise do governo; Dezembro de 2021: o primeiro processo de impeachment, com o argumento de “incapacidade moral” para seguir no poder; Março de 2022: o segundo processo de impeachment, acusado de suposição e “falta de rumo”; Novembro de 2022: o terceiro processo de impeachment, acusado novamente de incapacidade moral.
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