O impacto da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente o café, foi tema central da videoconferência realizada nesta segunda-feira (6/10) entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A conversa, de 30 minutos, ocorreu em tom amistoso e reforçou a aproximação iniciada em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.
Segundo apuração da BBC News Brasil, Trump reconheceu que os EUA estão "sentindo falta" de itens brasileiros, com destaque para o café, cuja inflação atingiu níveis recordes. Em agosto, o preço da bebida subiu 3,6%, a maior alta mensal em 14 anos, superando em nove vezes a média da inflação registrada no período. Na comparação anual, o aumento foi de 20,9%, o maior desde 1997.
Reportagens da Fox Business e da CNN atribuem a escalada dos preços a fatores climáticos e à tarifa sobre o café brasileiro, que responde por cerca de um terço do consumo americano. A Colômbia, outro grande fornecedor, também foi tarifada, embora em menor escala (10%).
O Brasil é o principal exportador de café para os EUA, que consomem cerca de 450 milhões de xícaras por dia. Com produção limitada ao Havaí, Porto Rico e parte da Califórnia, o país depende fortemente da importação da bebida.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que as exportações brasileiras para os EUA caíram 20,3% em setembro, com destaque para o café, cuja quantidade enviada recuou 47%. Em valores, a queda foi de 31,5%, totalizando US$ 113,8 milhões. Enquanto isso, as importações brasileiras vindas dos EUA cresceram 14,3%, gerando um déficit comercial de US$ 1,77 bilhão.
Durante a conversa, Lula solicitou a retirada da tarifa adicional e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras. O presidente também reiterou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém (PA), e sugeriu um encontro presencial na Cúpula da ASEAN, na Malásia.
Trump, por sua vez, indicou que as tratativas continuarão por meio de seus assessores e designou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Segundo nota do Palácio do Planalto, o diálogo foi considerado uma oportunidade para restaurar as relações entre Brasil e EUA, que mantêm parceria comercial há mais de dois séculos.
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