O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou nesta terça-feira (23), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Trump relatou ter tido um breve encontro com Lula nos corredores da ONU, logo após o discurso do brasileiro e antes de subir à tribuna. Segundo o norte-americano, os dois se abraçaram e concordaram em realizar uma reunião na próxima semana. “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim”, afirmou Trump, acrescentando que houve “excelente química” entre os dois durante os cerca de 30 segundos de interação.
Em publicação na rede social X, Eduardo Bolsonaro avaliou que a fala de Trump combinou “firmeza estratégica” com “inteligência política”. Para o parlamentar, o presidente dos EUA seguiu uma lógica de negociação já conhecida: “Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações.”
Eduardo também mencionou as sanções impostas por Trump a autoridades brasileiras, incluindo a esposa de um ex-presidente, classificando a medida como “um recado claro e direto”. O deputado, que está nos Estados Unidos e tem atuado nas negociações bilaterais, afirmou que a postura de Trump reafirma “sua genialidade como negociador”.
“Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global”, declarou.
Durante seu discurso, Trump também criticou o governo brasileiro, mencionando as tarifas de 50% impostas a produtos do país e acusando o Brasil de interferir em direitos e liberdades de cidadãos americanos. Segundo ele, o país “está indo mal” e só poderá melhorar se houver cooperação com os Estados Unidos.
Já Lula, em sua fala na ONU, defendeu a democracia e a soberania brasileira, classificando como “inaceitável” qualquer agressão ao Judiciário e rejeitando a possibilidade de anistia a quem ataca as instituições democráticas. O discurso ocorreu um dia após o governo norte-americano ampliar sanções contra o Brasil, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A possível reunião entre Lula e Trump, ainda sem data definida, será a primeira conversa direta entre os dois desde o início da crise diplomática provocada pelas tarifas e sanções.
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