Quem vai lucrar com o banimento do TikTok, iniciado neste domingo (20) nos EUA?
Com proibição, fica em aberto o destino do tempo gasto por milhões de usuários e de bilhões de dólares em receitas de anúncios
AP / NYT / Caio Saad Don Carlos Leal
19/01/2025 10h51 - Atualizado há 3 dias
Tiktok está fora do ar nos Estados Unidos após decisão da Suprema Corte. - Imagem: Dan Kitwood / Getty Images / Reprodução
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“Levando em conta que o TikTok pode perder algo entre 50% a 70% em receita de anúncios por conta do banimento, 6,17 bilhões a 8,64 bilhões em gastos podem achar uma nova casa”, diz a consultoria, que menciona a Meta, dona do Facebook e Instagram, como possível nova casa para esse dinheiro. O YouTube e o Snapchat também colheriam alguns benefícios com a saída do TikTok, mas em graus menores.
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na sexta-feira, 17, que a polêmica proibição do TikTok pode entra em vigor já neste domingo, 19, após rejeitar um recurso da empresa dona do aplicativo, a chinesa ByteDance, contra uma lei que exige que ela venda o popular app de vídeos ou encerre suas operações nos EUA. A lei impede que usuários dos EUA baixem o TikTok ou instalem atualizações, o que pode eventualmente tornar a plataforma inutilizável. Representantes da empresa alertaram que o aplicativo também pode “ficar no escuro”, impedindo que usuários existentes vejam vídeos.
A medida é defendida pelo governo como uma ação necessária para proteger a segurança nacional. As autoridades americanas temem que o governo chinês possa exercer influência sobre o TikTok, seja por meio do controle de conteúdo, seja pela coleta de dados dos usuários americanos. A ByteDance, por outro lado, argumenta que a proibição do aplicativo violaria a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão.
Com isso, fica em aberto o destino do tempo gasto por milhões de usuários e de bilhões de dólares em receitas de anúncios. Segundo análise da consultoria EMARKETER, da Business Insider, o Tiktok gerou 12,34 bilhões de dólares em anúncios só nos EUA em 2024.
“Levando em conta que o TikTok pode perder algo entre 50% a 70% em receita de anúncios por conta do banimento, 6,17 bilhões a 8,64 bilhões em gastos podem achar uma nova casa”, diz a consultoria, que menciona a Meta, dona do Facebook e Instagram, como possível nova casa para esse dinheiro. O YouTube e o Snapchat também colheriam alguns benefícios com a saída do TikTok, mas em graus menores.
Da mesma forma, analistas do Morgan Stanley dizem que o Meta será o “maior vencedor de qualquer proibição do TikTok”, em parte devido à sua base de usuários e conjunto de dados existentes. A proibição pode aumentar até 9% dos lucros por ação da Meta no ano fiscal de 2026, segundo o grupo financeiro.
Ao abrir o aplicativo na noite de sábado, os usuários encontraram uma mensagem pop-up da empresa informando sobre a situação. Já que a companhia não tomou medidas diante da alteração da lei. "Uma lei banindo o TikTok foi promulgada nos EUA", dizia a mensagem. "Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto".
"Temos sorte que o presidente Trump indicou que trabalhará conosco em uma solução para restabelecer o TikTok quando ele assumir o cargo. Por favor, fiquem ligados!" continuou o comunicado.
Trump não pode intervir no caso até que tome posse na próxima segunda-feira.
O TikTok ficou indisponível após uma decisão da Suprema Corte na sexta-feira, 17, que manteve a lei, a qual exige que a ByteDance venda o aplicativo até domingo ou enfrente a proibição. A lei foi aprovada de forma esmagadora pelo Congresso no ano passado e sancionada pelo presidente Joe Biden. O TikTok, que enfrentava preocupações de segurança nacional devido aos seus vínculos com a China, acreditava que poderia vencer seu desafio legal contra a lei, mas falhou.
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FONTE: VEJA