09/01/2025 às 10h15min - Atualizada em 09/01/2025 às 10h15min
Oposição denuncia que María Corina Machado foi presa, após manifestação na Venezuela
Minutos antes, sua equipe política denunciou na rede social X que Machado “foi violentamente interceptada ao deixar a concentração”
Redação JB / Don CarlosLeal
JORNAL DE BRASÍLIA
Foto: Pedro Mattey / AFP / Reprodução A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, foi presa nesta quinta-feira (9), após liderar uma manifestação em Caracas, informou à AFP uma fonte próxima à dirigente. Minutos antes, sua equipe política denunciou na rede social X que Machado “foi vi0lentamente interceptada ao deixar a concentração”. A mensagem afirma que agentes “d1spararam contra as motocicletas que a transportavam”, sem fornecer mais detalhes.
María Oropeza, coordenadora do comando de campanha de Machado no estado Portuguesa (centro), exibiu em sua conta no Instagram o momento em que funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) bateram e forçaram a porta para entrar em sua casa.
"Estão entrando na minha casa de maneira arbitrária, não há nenhuma ordem de busca. Estão destruindo a porta, eu realmente peço ajuda, peço auxílio a todos que puderem. Eu não sou uma crim1nosa, sou apenas mais uma cidadã que quer um país diferente", disse Oropeza antes do corte da transmissão.
A colaboradora havia criticado horas antes a chamada "Operação Tun Tun" da DGCIM, que disponibilizou uma linha telefônica para denunciar casos de "ódi0" físico ou virtual em meio às medidas adotadas contra as mobilizações organizadas após as eleições presidenciais de 28 de julho, que a oposição denunc1a como fraudulentas.
Como parte da campanha, a DGCIM solicita dados da pessoa que denunc1a, data, localização, "evidências físicas ou digitais que demonstrem a agressã0 ou am3aça" e o número do telefone ou perfil social, segundo uma publicação do diretor da polícia científica, Douglas Rico.
"Esta 'Operação Tun Tun' carece de qualquer argumento jurídico, ou seja, o que realmente estamos enfrentando é a caça às bruxas (...) contra todos os cidadãos que se expressaram na votação de 28 de julho", disse Oropeza em um vídeo divulgado mais cedo em suas redes sociais.
O Conselho Nacional Eleitoral proclamou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos, contra 43% do candidato da oposição Edmundo González Urrutia, representante de Machado devido a uma inabilitação política da líder opositora.
Ambos denunciaram fraude eleitoral e afirmam ter em sua posse cópias das atas que comprovam a vitória da oposição.
Os protestos deixaram mais de 2.200 detidos, segundo Maduro, e 24 mort0s, segundo ONGs de defesa dos direitos humanos.
Mais de 100 ativistas da oposição foram det1dos durante o período eleitoral na Venezuela e a própria Machado anunciou que está na clandestinidade por temer por sua vida. González Urrutia não aparece publicamente há uma semana.
O Ministério Público anunciou uma investigação crim1nal contra os líderes da oposição e seis colaboradores de Machado permanecem refugiados na embaixada da Argentina.
Machado criticou a detenção de Oropeza e exigiu sua libertação em uma mensagem nas redes sociais.
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