10/12/2024 às 07h37min - Atualizada em 10/12/2024 às 07h37min
Quase metade da população do Piauí é pobre e cerca de 70% está abaixo do índice nacional de estudo, diz IBGE
Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Lucas Marreiros / Don Carlos Leal
G1
Quase metade da população do Piauí é pobre e cerca de 70% está abaixo do índice nacional de estudo, diz IBGE. - Foto: Igor Alecsander / Getty Images / Reprodução Quase metade da população piauiense (45,3%) vivia em situação de pobreza e cerca de 70% estava abaixo do índice nacional de instrução (73,1%) em 2023, conforme dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na quarta (4) e nesta quinta-feira (5). Com relação ao índice de instrução, no Piauí, em 2023, cerca de 69,7% dos jovens de 18 a 29 anos tinha, no mínimo, 12 anos de estudo, enquanto no Brasil essa proporção alcançava 73,1%, ou 3,4 pontos percentuais acima da média registrada no estado.
O dado é utilizado para tentar atingir uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), de elevar o nível de instrução de jovens brasileiros com idade de 18 a 29 anos para, no mínimo, 12 anos de estudo até 2024. Com objetivo de reduzir as desigualdades regionais, por cor ou raça, entre moradores de áreas urbanas e rurais e para as pessoas pertencentes aos 25% com menores rendimentos.
Situação de pobreza
Com relação à pobreza, houve redução em comparação com o ano passado, quando foi registrado que 48,2% da população vivia nessa situação. E, em perspectiva de longo prazo, considerando o início da série histórica, a proporção em 2023 foi a menor desde 2012, quando foi registrado que 55,4% dos piauienses estavam nesse índice.
Com isso, o Piauí registrou uma melhoria na classificação perante os demais estados da federação, passando da 5ª posição entre os maiores indicadores em 2012 para a 9ª posição em 2023. No Brasil, em 2023, a situação de pobreza atingia 27,4% da população, menor que em 2022, quando foram registrados 31,6%.
Em termos de quantidade da população, em 2023 havia cerca de 1,49 milhão de pessoas em situação de pobreza no Piauí, enquanto em 2012 havia 1,77 milhão, uma redução de cerca de 280 mil pessoas em 11 anos.
Extrema pobreza
Além da situação de “pobreza”, há ainda a situação de “extrema pobreza”, definida pelo Banco Mundial como sendo aquela onde o rendimento domiciliar per capita é de menos de R$ 209 por mês, ou menos de US$ 2,15 por dia, conforme a “Paridade de Poder de Compra (PPC).
Em 2023, no Piauí, havia cerca de 8,1% da população em condição de extrema pobreza, uma redução de 3,5 pontos percentuais em relação ao observado em 2022, quando havia chegado a 11,6% da população. O índice nacional passou de 6,6% em 2012, para 4,4% em 2023.
Em uma perspectiva de longo prazo, considerando o início da série histórica, em 2012, quando se registrou uma situação de pobreza para 14,3% da população piauiense, observa-se que a redução da extrema pobreza em comparação a 2023 foi ainda maior, com uma queda de 6,2 pontos percentuais.
Em termos de quantidade, em 2023 havia cerca de 267.543 pessoas em situação de extrema pobreza, enquanto em 2012 havia 458.601, uma redução de cerca de 191.058 pessoas no período.
Fazendo com que o Piauí apresentasse uma melhora na classificação em relação aos demais estados, passando da 4ª posição entre os maiores indicadores em 2012 para a 8ª posição em 2023.
Síntese de Indicadores Sociais
A SIS busca traçar um perfil das condições de vida da população, com o intuito fornecer indicadores socioeconômicos a todas as instâncias de governo, para poderem planejar políticas públicas mais assertivas no campo social, como criação e/ou aprimoramento de programas sociais que diminuam os efeitos da pobreza.
Segundo parâmetros do Banco Mundial, usados para definir o índice, pessoas em situação de pobreza eram aquelas que viviam, em 2023, com um rendimento domiciliar per capita de menos de R$ 665,00 mensais, ou US$ 6,85 por dia.
“É importante observar que os valores referentes à linha de pobreza não podem ser convertidos usando a taxa de câmbio do mercado, mas referem-se ao fator de Paridade do Poder de Compra (PPC) do dólar americano”, explicou o IBGE em nota.
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