29/07/2024 às 12h35min - Atualizada em 29/07/2024 às 12h35min
Governo Maduro expulsa embaixadores e diplomatas de 7 países que contestaram resultado das eleições
Nesta segunda, manifestantes contra Maduro saíram as ruas para protestar contra o resultado das eleições
Redação G1 / Don Carlos Leal
G1
Manifestantes enfrentam a polícia em Caracas. - Foto: Fernando Vergara / AP / Reprodução No início da tarde desta segunda-feira (29), manifestantes contrários ao anúncio da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais na Venezuela iniciaram um protesto na capital, Caracas. A polícia foi ao local para acompanhar a marcha. Até a última atualização desta reportagem, não havia informações a respeito de confrontos ou feridos.
O governo de Nicolás Maduro expulsou todo o corpo diplomático de sete países na tarde desta segunda-feira (29). A expulsão ocorre após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo eleitoral do país, ter proclamado Maduro como presidente da Venezuela.
Os países que tiveram o corpo diplomático expulso são:
Argentina
Chile
Costa Rica
Peru
Panamá
República Dominicana
Uruguai
Entre os países que tiveram os diplomatas e embaixadores expulsos estão Argentina, Chile, Panamá, Peru e Uruguai, que contestaram o resultado das eleições na Venezuela.
A carta com a expulsão foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto. Ele diz que o país "rejeita as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com ideologias sórdidas do fascismo internacional" e que este grupo quer desconhecer o resultado da eleição realizada no domingo (28).
"Ante este precedente nefasto que atenta contra nossa soberania nacional, decidimos retirar todo o corpo diplomático de nossas missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, bem como expulsar de imediato seus representantes do território venezuelano."
Entre os países que contestaram o resultado das eleições também estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Equador, Peru, Colômbia, Guatemala e Portugal.
Entre países que parabenizaram Nicolás Maduro pelo resultado da eleição estão Rússia, China, Irã, Bolívia, Cuba e Nicarágua.
O Ministério Público venezuelano divulgou um comunicado na segunda, saudando o povo venezuelano pela demonstração de civilidade e democracia durante as eleições. Na mensagem, reconhece a vitória de Maduro e afirma que "rejeita as declarações temerárias de alguns poucos governos da América Latina que querem mandar na democracia venezuelana".
O governo brasileiro ainda não se manifestou. O Itamaraty afirmou que "acompanha com atenção o processo de apuração" e que aguarda a divulgação de informações mais detalhadas, como os "dados desagregados", pelo CNE. O governo afirma que isso é um "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito". Esses dados incluem as informações que estão nas atas, como os dados por locais de votação.
O CNE, órgão presidido por um aliado do presidente do país vizinho, informou que Nicolás Maduro venceu e foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor, Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.
A oposição acusou o órgão de ocultar as atas para maquiar o resultado das eleições. O grupo opositor, que se uniu em torno da candidatura de Edmundo González, argumentou que pesquisas de boca de urna apontavam vitória de González sobre Maduro com folga.
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