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25/11/2023 às 07h54min - Atualizada em 25/11/2023 às 07h54min

Trégua em Gaza traz alívio, mas não deve iludir

Libertação dos primeiros reféns deve ser celebrada, embora o fim do conflito ainda continue distante

Editorial
O GLOGO
Tanques circulam por Gaza horas depois do início de trégua em guerra com o Hamas. - Foto: GIL COHEN-MAGEN / AFP Reprodução
Entrou em vigor ontem a primeira trégua no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Pela libertação dos primeiros reféns e pelo alívio aos civis de Gaza, merece ser celebrada. O acordo, mediado por Estados Unidos, Egito e Catar, prevê a libertação de 50 dos cerca de 240 reféns sequestrados pelo grupo terrorista em 7 de outubro e de 150 palestinos presos em Israel. Ontem foram libertados os primeiros 24 reféns — 13 israelenses, dez tailandeses e um filipino —, e Israel soltou 39 prisioneiros. Mais trocas estão previstas até o fim da trégua, marcado para segunda-feira. Pelos termos negociados, Israel a estenderá por mais 24 horas a cada dez reféns libertados. Cada vida salva será uma conquista.

O acordo é o primeiro alívio no conflito que se estende há 50 dias sem perspectiva de acabar. Além do sopro de esperança às famílias dos reféns, traz um respiro que permitirá o acesso de comboios humanitários para atender às carências urgentes da população numa Gaza devastada. Mas é preciso não criar ilusões sobre seu alcance. Para o Hamas, apesar das declarações em contrário, traduz uma primeira derrota. Para Israel, traz riscos enormes.

Israel relutou em aceitar a trégua. Acabou concordando por atribuir valor maior à vida dos reféns que a seu objetivo militar. A pausa dá aos terroristas a chance de se reorganizar, preparar armamentos, ocupar posições e usar a população civil em benefício de sua defesa.

Isso já ficou claro ontem, com a ordem do Hamas para que milhares de palestinos se transferissem do sul ao norte de Gaza, região devastada pelos bombardeios israelenses. A intenção dos terroristas é dificultar a operação terrestre interrompida. Israel insiste que todos fiquem onde estão, pois os combates não acabaram.

Essa primeira trégua é frágil. Pelo histórico, mesmo acertos informais entre Israel e Hamas são descumpridos. No conflito de 2014, houve nove tréguas ao longo de 51 dias, sistematicamente rompidas. Em 2021, Israel baixou armas depois de 11 dias de ataques. Em menos de um mês, palestinos voltaram a lançar bombas incendiárias no sul do país, que respondeu com novos bombardeios.

Desta vez, o Hamas pôs deliberadamente em risco a vida de toda a população de Gaza ao promover os ataques bárbaros de 7 de outubro — isso foi admitido por seus líderes em várias entrevistas. Como resultado da ofensiva israelense, os cerca de 2 milhões de palestinos hoje vivendo no sul do território — boa parte refugiada do norte — estão em situação de calamidade. Há abalo evidente na infraestrutura de sustentação do Hamas, mas o grupo terrorista não está derrotado. A liderança armada permanece entrincheirada em Gaza, comandando ao menos três brigadas com milhares de terroristas.

Sem abrir mão de seus objetivos militares, Israel precisa encontrar meios eficazes de garantir a vida e a libertação dos demais reféns ainda em poder dos terroristas e, ao mesmo tempo, a entrada de alimentos, remédios e assistência, além de restabelecer o suprimento de água e energia para aliviar a fome e o desespero da população civil de Gaza. Um dilema para o qual não se vislumbra solução.

Por ora, os tiros cessaram, há ajuda humanitária para os civis de Gaza e reféns celebrando a vida com suas famílias em Israel. Que possa haver mais. Mas a guerra está longe do fim.

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