16/10/2023 às 22h33min - Atualizada em 16/10/2023 às 22h33min
Hamas afirma que libertará reféns estrangeiros se os bombardeios cessarem em Gaza
O grupo disse manter entre 200 e 250 sequestrados e alegou ter matado 22 israelenses. Israel havia contabilizado 199 reféns
Isabella Cavalcante
METRÓPOLES
Foguetes são disparados da Faixa de Gaza em direção a Israel durante o pôr do sol. Imagem: Ilia Yefimovich / picture alliance via Getty Images / Reprodução O Al Qassam, uma brigada do grupo extremista Hamas, anunciou, nesta segunda-feira (16/10), planos de libertar todos os reféns estrangeiros mantidos na Faixa de Gaza. Abo Obaida é o porta-voz que fez esse pronunciamento pelo Telegram. “Libertaremos todos os estrangeiros mantidos em cativeiro em Gaza, porque não tivemos tempo de checar suas identidades na captura. Nós os consideramos convidados até que a situação permita a libertação”, afirmou. Os cidadãos foram sequestrados a partir dos ataques do Hamas no dia 7 deste mês, quando foi reiniciado o conflito armado do grupo com o país do Oriente Médio.
A mensagem do Al Qassam culpou Israel pela demora em soltar os sequestrados ao dizer não ter conseguido contar quantos israelenses estão reféns, “porque Israel tem bombardeado sem parar” a região. Apesar disso, o grupo disse manter entre 200 e 250 sequestrados, que não tiveram a nacionalidade checada, e alegou ter matado 22 israelenses. “O último, há dois dias, o artista israelense Guy llouz”, segundo o comunicado. O país do Oriente Médio havia notificado 199 reféns na Faixa de Gaza.
Autoridades de Israel já teriam identificado a maioria dos reféns capturados pelo Hamas, que ameaçou matar um sequestrado a cada contraofensiva. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o grupo levou muitos idosos, crianças e mulheres. A mensagem do Al Qassam indicou que poderiam ocorrer mais execuções: “Estrangeiros servindo ao Exército de Israel serão tratados como soldados”.
Mais cedo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que restam “24 horas de água, eletricidade e combustível” em Gaza. Depois disso, “uma verdadeira catástrofe” vai se instalar na região. Ahmed Al-Mandhari, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, pediu autorização para a entrada de comboios de ajuda. As Nações Unidas (ONU) também se mobilizaram por corredores humanitários.
O governo brasileiro enviou 40 purificadores de água, dois kits com remédios e outros suprimentos de saúde para atender até 3 mil pessoas na Faixa de Gaza, em meio à crise humanitária da região. Os kits médicos têm anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos, luvas e seringas. Eles poderão ser utilizados para atender a população em Gaza, onde os hospitais estão sobrecarregados. Já os purificadores poderão tratar até 220 mil litros de água por dia.
Na volta, prevista para a madrugada de quinta-feira (19/10), a aeronave responsável por levar os suprimentos trará mais repatriados ao Brasil. Cinco viagens de resgate do governo foram realizadas e trouxeram para o país 916 pessoas e 24 pets.
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