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17/08/2023 às 21h21min - Atualizada em 17/08/2023 às 21h21min

Novo advogado diz que Mauro Cid vai confessar esquema das joias e dizer que Bolsonaro foi o mandante

Defesa afirma que Cid vendeu relógio a mando do ex-presidente e entregou o dinheiro a ele

Marcela Mattos / Laryssa Borges
VEJA
Mauro César Barbosa Cid vai justificar que cumpria ordens diretas do ex-chefe do Executivo e vai apontá-lo como mandante do esquema. - Crédito: Lula Marques / Agência Brasil / Reprodução
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), deve confessar que vendeu as joias recebidas pelo ex-chefe em agendas oficiais, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para Bolsonaro. A informação teria sido confirmada pelo advogado criminalista Cezar Bitencourt para a revista Veja. Durante a semana, o advogado, que acabou de assumir a causa, deu sinalizações nesse sentido.

Cid estaria disposto a dizer que participou da venda de joias que foram dadas a Bolsonaro como presentes, mas não poderiam ser comercializadas por se tratarem de bens públicos. Conforme a revista, o ex-braço direito do presidente vai confirmar em depoimento que ajudou na venda dos objetos de luxo nos Estados Unidos e entregou os valores a Bolsonaro.

O militar vai justificar que cumpria ordens diretas do ex-chefe do Executivo e vai apontá-lo como mandante do esquema. “Resolve lá”, era a ordem dada pelo então presidente para seu auxiliar, o que incluía a venda e o repasse do dinheiro ilegal para Bolsonaro, segundo o advogado.

“A questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro”, disse Bitencourt para a Veja. “Mas o dinheiro era do Bolsonaro”, acrescentou. Na quarta-feira, 16, um dia após se tornar advogado de Cid, Cezar Bitencourt já havia dado indícios de que a linha de defesa seria mostrar que o tenente-coronel apenas cumpria ordens, até mesmo “ilegais e injustas”.

“Essa obediência hierárquica para um militar é muito séria e muito grave. Exatamente essa obediência a um superior militar é o que há de afastar a culpabilidade dele. Ordem ilegal, militar cumpre também. Ordem injusta, cumpre. Acho que não pode cumprir ordem criminosa”, disse o advogado, em uma entrevista concedida à GloboNews.

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