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17/08/2023 às 07h06min - Atualizada em 17/08/2023 às 07h06min

CPI: Hacker diz que Bolsonaro pediu ‘invasão fake’ de urnas e grampo de Moraes

Segundo Walter Delgatti, proposta era que ele criasse uma apresentação falsa para simular fragilidade nas urnas

JOVEM PAN
Em depoimento na CPI do 8 de janeiro, hacker diz que Bolsonaro teria lhe oferecido indulto caso fosse preso. - Foto: Reprodução
Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta quinta-feira, 17, o hacker Walter Delgatti Neto reafirmou que foi contratado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas e que recebeu da campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma proposta para que simulasse uma invasão a urnas. Segundo Delgatti, o próprio Bolsonaro participou de reuniões sobre a proposta de “invasão fake” e liberou acesso ao Ministério da Defesa, onde esteve cinco vezes.

O hacker disse também que Bolsonaro pediu que ele grampeasse o telefone do ministro do STF Alexandre de Moraes e afirmou que poderia soltá-lo através de um indulto se fosse preso. Bolsonaro teria dito a Delgatti que Moraes “já estava grampeado”.

Segundo Delgatti, a ideia apresentada nas reuniões com a presença do ex-presidente era manipular uma urna eletrônica para que o equipamento imprimisse comprovante de voto em candidato diferente daquele selecionado pelo usuário. O hacker relatou que não conseguiu atender ao pedido devido a dificuldades de acesso ao código-fonte do sistema das urnas, que fica sob responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse ter sido motivado por uma promessa de emprego feita por Zambelli.

Em depoimento à PF, Delgatti afirmou que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para invadir “qualquer sistema do Judiciário”. Segundo a defesa, o hacker apresentou provas relacionadas aos pagamentos. “Como Delgatti está colaborando com a Justiça, colaborando com as investigações, a expectativa é que ele seja colocado em liberdade em breve”, disse o advogado Ariovaldo Moreira. Zambelli nega as acusações.

Mais conhecido como hacker da “Vaza Jato”, Delgatti foi liberado para ficar em “silêncio absoluto” na CPMI, mas disse ter decidido colaborar com as investigações. O ministro Edson Fachin também garantiu que Delgatti pudesse ser assistido por seus advogados durante o depoimento e afirmou que o hacker não poderá sofrer constrangimentos físicos ou morais se permanecer calado diante de perguntas dos parlamentares. Delgatti foi preso pela Polícia Federal (PF) no início de agosto pela suposta invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele já havia sido preso pelo caso da Vaza Jato, mas foi solto com tornozeleira eletrônica.

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