12/02/2021 às 06h30min - Atualizada em 12/02/2021 às 06h30min
Caminhoneiro é flagrado após dirigir 38 horas sem parar e sob efeito de anfetamina no DF
https://g1.globo.com/df/distrito - federal/noticia/2021/02/10/caminhoneiro
https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/02/10/caminhoneiro-e-flagrado-apos-dirigir-38-horas-sem-parar-e-sob-efeito-de-anfetaminas-no-df.ghtml
REPRODUÇÃO Um caminhoneiro de 43 anos foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) depois de dirigir 38 horas sem parar. Segundo a corporação, ele também estava sob efeito de anfetaminas. A abordagem foi por volta de 0h desta quarta-feira (10), na BR-060, no Recanto das Emas, Distrito Federal. O homem acabou autuado por infração à lei do descanso – que determina aos caminhoneiros uma parada de 30 minutos a cada quatro horas ao volante – e por dirigir sob influência de substância psicoativa. O veículo também foi retido até a chegada de um condutor em condições de levá-lo. A PRF afirma que, após pararem o motorista, os policiais verificaram o disco do tacógrafo do caminhão, e perceberam que o veículo estava rodando de forma ininterrupta desde as 10h de segunda-feira (8).
No bolso do motorista, os agentes ainda encontraram uma cartela de comprimidos de anfetaminas. Sete das 15 pílulas já tinham sido ingeridas. Segundo a PRF, o condutor confirmou que saiu de Nova Pádua, no Rio Grande do Sul, no dia anterior, e que estava sob efeito de anfetaminas para se manter acordado. Ele tinha os olhos avermelhados, pupila dilatada e, de acordo com a corporação, estava exaltado. Tacógrafo do caminhão revelou que caminhoneiro dirigia 38 horas sem parar.
Balanço de infrações
A PRF afirma que, no ano passado, 86 motoristas foram autuados por dirigirem sob efeito de alguma substância psicoativa nas rodovias que cortam o DF. O número representa aumento de 53% em relação a 2019, quando ocorreram 56 registros.
Segundo a chefe da comunicação da PRF no DF, Pamela Vieira, já foram flagrados outros casos de caminhoneiros que usaram drogas para se manterem acordados enquanto dirigem. "A pessoa fica realmente com o cérebro mais atento por uma superexcitação, mas nem sempre é perceptível. Só que com 38 horas dirigindo sem parar, o corpo já mostra sinais, como boca seca e olhos avermelhados. Pra chegar a esse ponto, geralmente eles usam 10 comprimidos em um dia. É uma dose muito alta", afirma. "A gente tem feito algumas operações para verificar se está sendo respeitada a lei do descanso. Pelo tacógrafo, dá para saber há quanto tempo o caminhoneiro está dirigindo sem parar", continua.
Risco
Pamela afirma ainda que, além do risco para a saúde dos caminhoneiros – como apagões mentais enquanto dirigem – há ainda o perigo de acidentes graves nas rodovias. "O apagão mental é como se fosse um desmaio. A pessoa simplesmente dorme ao volante. Vários acidentes de carretas nas rodovias ocorrem por conta disso, porque fazem viagens sem parar. Muitos deles se alimentam mal, ficam muito tempo sentados e dormem mal. Então, acabam colocando a vida deles em risco e a de todo mundo que utiliza a rodovia."
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