O governo de São Paulo anunciou que solicitará à Justiça autorização para eliminar bebidas alcoólicas e insumos apreendidos em operações de fiscalização. A iniciativa ocorre após o aumento de ocorrências envolvendo produtos com suspeita de adulteração, que resultaram em diversos casos de intoxicação.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (6), o governador Tarcísio de Freitas afirmou que o objetivo é garantir o descarte seguro de materiais como garrafas, rótulos, tampas e selos, que serão encaminhados para reciclagem. “Vamos pedir autorização judicial para destruir tudo que foi apreendido”, declarou.
Além da medida judicial, o governo pretende criar um canal de comunicação para que comerciantes possam encaminhar voluntariamente bebidas que apresentem dúvidas quanto à procedência, permitindo o descarte seguro dos itens.
Segundo balanço divulgado pelo governador, apenas na última semana foram realizadas 17 ações de fiscalização em parceria com a Vigilância Sanitária, Procon, Polícia Civil e prefeituras. As operações resultaram na apreensão de mais de 7 mil garrafas com suspeita de irregularidades e cerca de 100 mil insumos utilizados na produção e rotulagem.
Ainda de acordo com o governo estadual, 20 pessoas foram detidas nos últimos sete dias, incluindo o principal fornecedor de materiais utilizados na falsificação de bebidas. No acumulado de 2025, já foram apreendidas 50 mil garrafas e realizadas 41 prisões em São Paulo.
Dados do Ministério da Saúde apontam 225 notificações de intoxicação por metanol no país, sendo 192 em São Paulo. O estado também lidera em número de mortes relacionadas, com nove registros — dois confirmados na capital e sete em análise, distribuídos entre São Paulo, São Bernardo do Campo e Cajuru.
A medida busca reforçar o controle sanitário e prevenir novos casos, diante da gravidade das ocorrências recentes.
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