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07/04/2023 às 01h00min - Atualizada em 07/04/2023 às 00h01min

Quais razões o ataque na creche em Blumenau e em outras escolas se repetem?

Especialistas listam 5 razões

Fabiana Cambricoli
ESTADÃO
Moradores fazem vigília em frente a creche atacada nesta quarta-feira Foto: Anderson Coelho / AFP / Reprodução
Embora cada ataque trágico ocorrido em uma escola tenha por trás uma história e perfil específicos do agressor, especialistas são unânimes em dizer que fatores sociais e culturais existentes atualmente na sociedade brasileira podem estar relacionados ao aumento de ocorrências do tipo no País. Um jornal ouviu cinco estudiosos para entender que tipos de fenômenos e tendências podem funcionar como gatilhos ou potencializadores de atos violentos como os registrados em Blumenau e de que forma a sociedade deve se organizar para reduzir esses fatores de risco e diminuir o risco de novas tragédias.

1. Avanço da intolerância e valorização da ‘cultura da violência’: o cenário social e político brasileiro, com crescente intolerância e polarização, funciona como um incentivador para atos violentos de todos os tipos, em especial para pessoas com algum histórico ou predisposição a esse tipo de conduta, segundo especialistas. Esses reconhecem que, embora o País tenha historicamente altos índices de violência e ataques contra minorias, os últimos anos foram marcados por um movimento crescente, visto principalmente na política, de polarização, intolerância e extremismo.

2. Crescimento e radicalização de grupos de ódio na internet: na esteira do avanço da intolerância e da polarização e com a ampliação do acesso a ferramentas tecnológicas, até mesmo por parte de crianças e adolescentes, cresceram também grupos extremistas que se articulam sobretudo pelas redes sociais e ganham potência e escala graças a esse alcance dado pela internet. “Temos há algum tempo o extremismo e o discurso de ódio, com a desumanização de outros grupos sociais e discursos supremacistas. Só que isso chegou ao debate público, o extremismo veio para o mainstream porque houve uma normalização dos discursos nocivos. Isso vai levando mais pessoas para o extremo”, diz Michele Prado, pesquisadora do grupo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Gustavo Estanislau, psiquiatra da infância e adolescência do Instituto Ame Sua Mente, o adolescente, pela imaturidade emocional e em especial se já tiver transtornos mentais ou conflitos familiares, pode mudar seu comportamento ao acompanhar esses grupos. 

3. Distanciamento nas relações e enfraquecimento do afeto: o aumento de comportamentos violentos, do isolamento e da intolerância entre alguns jovens tem, como pano de fundo, em alguns casos, um distanciamento e superficialismo nas relações, até mesmo familiares. Para o psicólogo Timoteo Madaleno Vieira, professor de psicologia e educação do Instituto Federal de Goiás (IFG), vivemos um período de transição entre uma sociedade mais tradicional para um cenário de maior liberdade e priorização das demandas e desejos individuais.

Nesse contexto, porém, o afeto e o cuidado com o outro podem se perder, levando ao aumento de sentimentos como abandono, rejeição e solidão. Nos distanciamos uns dos outros. Os pais se distanciam dos filhos, eles passam mais tempo sozinhos. Os pais ficam preocupados com isso, mas, ao mesmo tempo, gera conforto para eles poderem fazer as coisas deles, porque o filho demanda muito, dá trabalho, diz Timoteo Madaleno Vieira, professor de psicologia e educação do Instituto Federal de Goiás (IFG).

4. Piora da saúde mental da sociedade: os prejuízos trazidos pela pandemia e o empobrecimento das relações afetivas são dois fatores que pioraram a saúde mental geral da população, com aumento de transtornos mentais e comportamentos problemáticos que podem levar a atos violentos. ”Temos dados concretos de que os estados de alerta associados à pandemia elevaram os níveis de estresse, aumentaram as queixas de depressão e ansiedade e levaram especialmente os jovens a agirem de forma mais impulsiva e agressiva”, diz Estanislau.

Os pais têm de tomar cuidado com o conteúdo que está sendo consumido, precisam estar juntos no processo de desenvolvimento Um dos melhores marcadores de saúde mental é o desenvolvimento de relações sociais saudáveis”, afirma Silva. Ele defende ser necessário maior regulamentação por parte das plataformas tecnológicas quanto ao conteúdo disseminado nas redes.

5. A importância do efeito contágio: um último aspecto trazido pelos especialistas como possível influenciador do aumento de ataques a escolas é o chamado efeito contágio, ou seja, um crescimento de atos violentos motivados por outros crimes similares cometidos num período recente. No contexto atual, de ampla e rápida disseminação dos ataques por meio da imprensa e redes sociais, a forma com que os casos são retratados pode levar outras pessoas já vulneráveis ou integrantes de grupos extremistas a se inspirarem e repetirem essa conduta. ”Dependendo de como o fato é divulgado, um indivíduo com um perfil de empatia

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