23/04/2021 às 12h00min - Atualizada em 23/04/2021 às 12h00min
Líderes mundiais assumem metas ambiciosas na cúpula do clima
Líderes de 40 países estabelecem novas metas de redução de emissões de gases e outras políticas de combate à mudança climática
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/04/22/veja-quais-sao-os-compromissos-assumidos-pelos-principais-lideres-do-mundo-na-cupula-do-clima.ghtml
Joe Biden, Vladimir Putin Angela Merkel e Jair Bolsonaro durante a Cúpula de Líderes para o Clima, em 22 de abril de 2022 — Foto: Reprodução Começou nesta quinta-feira (22) Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada pelo governo dos Estados Unidos. Os governantes de mais de 40 países participam do evento, que também serve como uma preparação para a COP26, um fórum das Nações Unidas sobre o mesmo tema, marcado para novembro. No encontro, o presidente Jair Bolsonaro prometeu reduzir emissões e pediu "justa remuneração" por "serviços ambientais" prestados pelo Brasil (veja mais abaixo).
Veja o que disseram os líderes dos principais países que participam do encontro:
EUA: redução de 50% das emissões até 2030, zero emissões em 2050. O presidente Joe Biden, que organizou e abriu o encontro dos líderes, afirmou que os Estados Unidos, responsáveis por 15% das emissões globais, têm um plano para cortar em 50% as emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2030. Biden fez um discurso em que salientou diversas vezes a necessidade de criar uma economia verde, com infraestrutura e empregos sustentáveis. "É uma oportunidade para criar empregos e por isso proponho um grande investimento para a aproveitar as oportunidades. Quero construir uma infraestrutura crítica para energia", disse ele. O custo de não agir para atacar a mudança climática, afirmou o americano, só aumenta. "A realidade que virá se não nos mexermos, não podemos nos entregar. Manter o mundo em um caminho sustentável depende disso. O bem-estar dos trabalhadores, a força da economia depende disso", ele afirmou. Ele pediu explicitamente para que os países sejam ambiciosos na suas metas de redução de emissão de gases para que o aquecimento global não ultrapasse a meta de 1,5ºC.
China: deixar de usar carvão como fonte de energia. Xi Jinping, da China, afirmou que o país vai limitar o consumo de carvão mineral como fonte de energia entre os anos de 2021 e 2025 e acabar com esse tipo de geração energética nos anos seguintes, com o fim total em 2030. No ano passado, Xi já havia dito que o pico de emissões da China se dará antes de 2030, e que a neutralidade será atingida em 2060. "A China se comprometeu a antecipar o pico do carbono para a neutralidade em um tempo muito mais curto do que os países desenvolvidos levaram, e isso exige esforços extraordinariamente difíceis do país", ele disse.
Canadá: corte de 40% a 45% das emissões. Justin Trudeau, do Canadá, afirmou que o país já fez uma revisão de sua meta e que até 2030 o plano é cortar as emissões de 40% a 45% em relação ao nível de 2005. "Seguiremos a jornada para emissões zero", disse ele. Trudeau ainda lembrou que o país proibiu alguns tipos de plástico e está plantando árvores.
Alemanha: neutralidade até 2050 e acabar com o uso de carvão mineral. Angela Merkel começou seu discurso dizendo que estava feliz ao ver que os EUA estão de volta. "O mundo precisa da sua contribuição", disse ela. A Alemanha, assim como outros países da Europa, usa como parâmetro as emissões do ano de 1990. Ela afirmou que pretende ter 55% menos emissões em 2030, e que o país dará sua contribuição. "Carvão foi uma fonte importante para nós, mas vamos acabar com a eletrificação por carvão. Produziremos 46% da eletricidade de renováveis e queremos aumentar isso", disse ela. A Alemanha duplicou seu financiamento à economia sustentável.
França: colocar um preço na emissão de carbono. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que é preciso incluir os custos ambientais no comércio de bens e serviços e que sem isso não haverá uma transição para uma economia verde. "Agir para o clima significa regulamentar, e regulamentar em um nível internacional. Se nós não estabelecermos um preço para o carbono, não haverá transição", disse ele.
Rússia: regulamentar investimentos estrangeiros. A Rússia poderá propor uma mudança de condições para investimentos estrangeiros que tenham como objetivo construir projetos de energia limpa no país, disse Vladimir Putin. Ele afirmou que a Rússia já reduziu suas emissões em relação aos níveis de 1990. "Agora 45% da nossa matriz energética tem baixas emissões. As emissões de plantas nucleares é quase zero", disse ele. Putin afirmou que há um plano para precificar o carbono.
Reino Unido: tornar a vida doméstica mais sustentável. O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que é importante sinalizar que as metas de redução não são uma campanha politicamente correta como "abraçar um coelhinho". Ele afirmou que é preciso pensar em formas de neutralizar as emissões da vida doméstica, como voos de avião e nas casas. Ele também disse que o compromisso dos EUA é bem-vindo.
União Europeia: neutralidade até 2050. O bloco de países europeus lançou um plano econômico verde. "Concordamos em reduzir as emissões em 55% em 2030", disse Ursula von der Leyen. Ela também disse que fará o comércio de carbono funcionar.
Brasil: buscar neutralidade climática até 2050, antecipando em dez anos. O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil se compromete a zerar até 2030 o desmatamento ilegal, reduzir as emissões e buscar neutralidade climática até 2050 (uma antecipação de dez anos do prazo). Bolsonaro também disse que "é preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação".
Papa Francisco: mensagem por um ambiente mais limpo. Em uma mensagem para a cúpula, o Papa disse que a iniciativa coloca os líderes mundiais no caminho para a reunião da COP 26 que acontecerá em Glasgow, na Escócia, em novembro de 2021. Francisco afirmou que a Cúpula de Líderes encoraja as nações a "se encarregarem de cuidar da natureza, desse presente que recebemos e que devemos curar, guardar e levar adiante". “Nossa preocupação é ver que o meio ambiente esteja mais limpo, puro e preservado”, disse o Papa, “e cuidar da natureza para que ela cuide de nós”.
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