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14/03/2021 às 10h00min - Atualizada em 14/03/2021 às 10h10min

“Quando o medo diminui, os cuidados diminuem também”

Diz psicóloga sobre comportamento na 2ª onda da Covid-19

https://www.cadaminuto.com.br/noticia/2021/03/13/quando - o
https://www.cadaminuto.com.br/noticia/2021/03/13/quando-o-medo-diminui-os-cuidados-diminuem-tambem-diz-psicologa-sobre-comportamento-da-populacao-na-2-onda-da-covid-19
REPRODUÇÃO
Conviver com imposição do isolamento social, a perda de pessoas queridas e o medo de ser infectado pela Covid-19 provoca um turbilhão de emoções nas pessoas há mais de um ano, quando a pandemia chegou com maior força em Alagoas.  Em entrevista ao CadaMinuto, a psicóloga Fernanda Chianca relata que é normal as pessoas desenvolverem sentimentos diferentes durante todo esse período, principalmente sobre a preocupação com a doença. Segundo ela, com o aumento pela procura de profissionais já começaram a ser publicados alguns estudos enfatizando tais danos psicológicos que o isolamento social e o medo de morte.

A qual fator você atribui ao relaxamento da população com os cuidados necessários e ao negacionismo para com o vírus? 
Não temos como atribuir tal comportamento a um único fator, existem muitas possibilidades para que isso esteja acontecendo, pois uma das formas que encontramos de lidar com situações muito dolorosas é a negando tal situação. Mas no geral o que se percebe é  que algumas emoções tais como medo que estavam muito presentes no início, perderam força e  também o cansaço da população frente uma situação em que parece não ter um fim. Na primeira onda o medo fazia com que os cuidados fossem redobrados e as normas que foram estabelecidas para a contenção do vírus, fossem seguidas com mais rigor, mas a partir do relaxamento de fases, do prolongamento do isolamento e da recuperação das pessoas ao se contaminarem aumentou uma falsa sensação de segurança. 

Diariamente são emitidos boletins da COVID-19 no Brasil e o número de mortes não tem impactado ou pelo menos assustado a sociedade. Como você avalia esse comportamento? 
Estamos vivendo um momento muito atípico, em que nossas emoções estão sendo vivenciadas de forma muito intensa, ao subestimar o Covid-19, por ter tido um declínio na taxa de transmissibilidade e de mortalidade, assim com o índice de recuperação dos pacientes, reforçou essa falsa sensação de segurança, as pessoas foram perdendo o medo, e já que ele é uma das nossas emoções que tem  como objetivo de nos preservar de situações que em nosso cérebro entende como ameaça , a partir do momento  em que essa emoção, diminui os cuidados também. Uma das formas que a população pode ter encontrado de evitar vivenciar emoções dolorosas e desconfortáveis tem sido a partir de um sentimento de apatia ou até mesmo a falta de empatia com o sofrimento alheio, mas quando se recebe uma notícia de casos graves em pessoas próximas, o medo retorna e os cuidados passam a ser retomados, nem que seja por um período breve, outra forma de autopreservação tem sido a negação da gravidade da situação, que tem sido ampliada devido as fake News,  que faz com que pessoas desacreditem nos altos índices de infecções e óbitos, acabam contribuindo para essa situação seja minimizada e até desacreditada. 

É possível consumir informação voltada para COVID-19 e não desenvolver medo e pânico? Explique sobre! 
É possível, mas tem sido uma linha muito tênue devido as nossas emoções estarem sendo vivenciadas muito intensamente, vale ressaltar que  é importante buscar informações sobre o que está acontecendo ao nosso redor e no mundo, para pensar nas estratégias que podemos ter para nos proteger e agir, mas devemos redobrar o cuidado de buscar tais notícias em fontes confiáveis e também refletir sobre o quanto já consumimos informações que julguemos suficientes para o nosso conhecimento e que elas não ultrapassem o limite individual de cada pessoa a ponto de gerar desconforto e/ou ansiedade. Caso isso ocorra, devemos repensar como estamos buscando tais informações, é natural que em situações de grandes repercussões termos pensamentos distorcidos que quanto mais  informações tivermos mais saberemos como lidar, buscando de uma forma errônea ter um controle da situação, esse tipo de padrão de pensamento gera muita ansiedade e medo, pois não podemos controlar as situações.  

Vemos que muitas pessoas estão comentando que estão vivendo uma parte 2 de 2020, e estão mais sem esperanças e desanimadas. Como lidar com essa sensação, já que estamos em março de 2021 e parece que tudo está se repetindo? 
Apesar de esse ser um pensamento válido, devemos lembrar que ele não é um pensamento tão real, pois desde o início, ainda em meados de 2019 a comunidade científica não têm medido esforços, fazendo com que tenhamos cada vez mais informações sobre o vírus, o que auxilia na busca de tratamento e nos cuidados para não transmiti-lo, além da vacina que já está sendo aplicada em quase todo o mundo, reinstaurando aos poucos a esperança na população. Devemos estar sempre analisando e buscando as evidências para verificar se nossos pensamentos estão coerentes com a realidade ou se não estamos apenas ruminando pensamentos ansiosos. 

Você acha que essa quebra de expectativa (já que um ano depois da pandemia continuamos do mesmo) pode acarretar em uma piora na saúde mental das pessoas?
A Covid-19 com certeza têm afetado o estado psicológico de toda a população, desde crianças até os idosos. Desde o início da pandemia a busca por profissionais de saúde mental (psicólogos e psiquiatras), vem sendo crescente, já começaram a ser publicados alguns estudos enfatizando tais danos psicológicos que o isolamento social e o medo de morte iminente causam na saúde mental das pessoas. A psicoterapia tem sido um recurso bastante procurado para auxiliar não só no alívio de sintomas ansiosos e depressivos que o momento tem desencadeado, mas também a procura tem sido por auxiliar as pessoas a superarem momentos de medo, incerteza, luto, solidão, entre outras emoções que se tornaram tão presentes no nosso cotidiano.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Diário de Rio dos Cedros.

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