Brasília (DF) — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou nesta segunda-feira (15) que a Corte não aceitará processos de impeachment contra seus integrantes motivados por decisões judiciais. A fala ocorreu durante ato público realizado em São Paulo, organizado pelo grupo Fórum Direitos Já, com foco na defesa da soberania nacional e oposição à anistia.
O evento contou com a presença de representantes de 11 partidos e foi marcado por críticas à articulação de candidaturas ao Senado alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo os organizadores, têm como objetivo pressionar o STF por meio de pedidos de impeachment.
“Impeachment deve ser um processo regular. Se for por conta de voto de ministro, seria irregular. O STF não vai aceitar”, afirmou Gilmar Mendes. O ministro também disse não esperar que o Senado aja com “vindita” contra o Judiciário.
Durante o ato, Mendes defendeu a mobilização em favor da democracia. “É fundamental que se faça esse movimento em defesa da democracia e da soberania nacional. Nós vimos o quão ameaçada ela ficou nesse contexto, no qual exigiram que se interrompesse um julgamento em nome de interesses políticos estranhos”, declarou.
O ministro também comentou sobre pautas internacionais, classificando como “absurdo” a hipótese de o Brasil exigir dos Estados Unidos a divulgação dos chamados “Epstein files” em negociações comerciais.
Questionado pela CNN sobre sua presença no julgamento da trama golpista que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, Mendes afirmou que o Tribunal está unido. “Pode-se entender de várias maneiras, mas o fundamental é perceber que estamos unidos na defesa da democracia.”
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