A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) informou nesta segunda-feira (14) que o embarque de contêineres com 95 toneladas de mel orgânico produzido no Piauí foi liberado na noite de domingo (13), após um apelo feito pelos produtores aos clientes nos Estados Unidos.
A carga estava inicialmente programada para ser embarcada na última sexta-feira (11), mas os compradores solicitaram a suspensão, temendo que o produto chegasse aos Estados Unidos já sob a vigência da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
Os contêineres já estavam no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), distante a mais de 500 km da Casa Apis, localizada no município de Picos, a 314 km ao Sul de Teresina.
"Há mais de 15 anos trabalhamos com esses clientes. Na sexta-feira, fomos surpreendidos com a solicitação de suspensão do envio. Graças a Deus, recebemos a notícia ontem (13) à noite de que o embarque foi liberado, atendendo à nossa solicitação feita aos clientes", afirmou Sitônio Dantas, presidente da Casa Apis.
Está em apuração o destino de outra carga, de mais de 500 toneladas de mel, que enfrentava neste domingo (13) o mesmo entrave e estava parada no porto.
Contratos seguem mantidos e partes avaliam alternativas
O presidente da Casa Apis esclareceu que, embora o embarque tenha sido cancelado inicialmente, os acordos firmados com os clientes seguem mantidos.
A expectativa é de que cerca de mil toneladas adicionais de mel sejam enviadas até o fim do ano, somando-se às mil toneladas já exportadas entre janeiro e junho.
"O que havia sido suspenso era o embarque, não os negócios. Nós temos contratos com essas empresas firmados até dezembro. Podemos dizer que estamos na metade desses contratos", explicou Sitônio.
O empresário afirmou que as cooperativas já avaliam como deverão proceder caso o tarifaço seja mantido. "Agora é esperar até o dia 1º de agosto para a gente ver como fica essa situação", disse.
"Provavelmente, se permanecer 50%, o que é inviável para quase todos os negócios, vamos negociar, e o consenso é de que vamos dividir essa despesa entre nós, exportadores e importadores", completou.
Sitônio relatou que o setor já enfrenta outro desafio: a estiagem. “A seca comprometeu nossa safra, e a previsão é de uma queda em torno de 40% na produção em 2025. E agora mais essa questão [o tarifaço]. Vamos torcer e pedir a Deus para que tudo se encaminhe para um desfecho positivo”, disse.
Os Estados Unidos consomem 80% do mel produzido no Brasil. Em 2024, embora não tenha sido o maior estado produtor, o Piauí liderou o ranking brasileiro de exportação de mel para o país.
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