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22/10/2024 às 06h54min - Atualizada em 22/10/2024 às 06h54min

Atleta que viajou com equipe de remo de Pelotas se salvou ao voltar mais cedo; namorado morreu no acidente

Brenda Madruga Freitas, de 18 anos, que estava acompanhada da mãe, precisou deixar a delegação após crise de ansiedade.

Alice Bastos Neves / Don CarlosLeal
G1
Brenda Madruga Freitas, namorada de atleta morto em acidente com 9 vítimas no PR voltou mais cedo de viagem. - Foto: Reprodução / RBS TV
A atleta de remo Brenda Madruga Freitas, de 18 anos, integrante da equipe do "Remar para o Futuro", também viajou para competir no torneio disputado em São Paulo no final de semana. Contudo, a jovem não retornou com os colegas, que acabaram morrendo em um acidente com nove vítimas na BR-376, em Guaratuba (PR). Brenda namorava com outro atleta, Henry Fontoura Guimarães, de 17 anos, uma das nove vítimas da tragédia.

"A gente estava namorando há um ano e pouco. Eu sei que ele é o meu primeiro namorado, mas ele foi o amor da minha vida", falou, emocionada. Em entrevista à RBS TV, em Pelotas (RS), onde aguardava o velório coletivo, Brenda contou que precisou deixar a delegação após uma crise de ansiedade. Ela viajaria junto com a mãe na mesma van que sofreu o acidente, mas retornou a Pelotas dois dias antes dos colegas.

"Por que que Deus tirou essas pessoas? Mas, ao mesmo tempo, eu penso também que Deus deu um milagre para mim e para a minha mãe", disse.

Nove pessoas morreram no acidente, sendo sete atletas, o coordenador do time e o motorista da van que transportava os atletas:

Oguener Tissot (coordenador), 43 anos, natural de Pelotas
Samuel Benites Lopes, 15 anos, natural de São José do Norte
Henry Fontoura Guimarães, 17 anos, natural de Pelotas
João Pedro Kerchiner, 17 anos, natural de Pelotas
Helen Belony, 20 anos, natural de Pelotas
Nicole da Cruz, 15 anos, natural de Pelotas
Angel Souto Vidal, 16 anos, natural de Pelotas
Vitor Fernandes Camargo, 17 anos, natural de Pelotas
Ricardo Leal da Cunha (motorista), 52 anos

As vítimas eram vinculadas à iniciativa "Remar para o Futuro", realizada em parceria com o clube Centro Português e a Academia de Remo Tissot, e que contava com o apoio da Prefeitura de Pelotas e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Milgarejo fazia parte do projeto desde os 14 anos.

Atleta sobrevivente
O único integrante da equipe de remo a sobreviver ao acidente falou com exclusividade à RBS TV nesta terça-feira (22). João Pedro Milgarejo, de 17 anos, contou que, no momento da colisão, estava dormindo no fundo da van, que foi atingida por uma carreta.

"Quando eu acordei, nem sabia o que tava acontecendo. Depois que eu fui ver que tava tudo desmoronado. [...] Quando eu saí daquela van, eu já sabia que ia ser só eu, não tinha como mais ninguém sobreviver", relembra.
Após o resgate, o atleta recorda que "apagou" na ambulância. Quando ele lembra de ter retomado a consciência, já estava no hospital de Joinville (SC), para onde foi encaminhado com ferimentos leves.

O jovem recebeu alta na segunda-feira (21) e retornou ao RS com a família a bordo de um avião do governo gaúcho. Ele teve apenas machucados no rosto e torção em um dos pés, que ficou preso ao banco quando a van tombou. "Meus pêsames por todo mundo que não sobreviveu. Meus amigos, meu treinador e pela família deles, sinto muito", solidariza-se.

O acidente
O acidente ocorreu após uma carreta contêiner tombar sobre a van que transportava a equipe de remo na BR-376, por volta das 21h40 de domingo, em Guaratuba, no litoral do Paraná.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu no km 665, sentido Santa Catarina. A van saiu de São Paulo e tinha como destino o município de Pelotas. Por conta do acidente, a rodovia ficou interditada por 15 horas e chegou a registrar 22 quilômetros de congestionamento. A pista no sentido Santa Catarina foi liberada às 11h57 de segunda, de acordo com a concessionária Arteris Litoral Sul.

A PRF informou que a suspeita é a de que a carreta perdeu os freios e colidiu na traseira da van. Com o impacto, a van bateu em outro carro, rodou na rodovia e, em seguida, foi arrastada para fora da pista pelo caminhão, que tombou sobre ela.

Investigação
A Polícia Civil do Paraná investiga se a carreta que tombou sobre a van perdeu os freios antes do acidente. A polícia pretende ouvir o motorista do caminhão, um homem de 30 anos.

"O procedimento vai ser devidamente instaurado pela Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba, inicialmente pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Já temos a identificação do condutor do caminhão, que provavelmente será ouvido nas próximas horas para que possa contribuir no esclarecimentos dos fatos", disse o delegado Edgar Santana na segunda-feira.

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