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11/10/2024 às 17h06min - Atualizada em 11/10/2024 às 17h06min

Infecção por HIV: 'O sistema é seguro, a doação já salvou mais de 16 mil vidas', diz secretária

Seis pacientes tiveram a infecção confirmada após receberem órgãos no estado. Investigação aponta erro no laboratório

Edimilson Ávila / Rafael Nascimento / Henrique Coelho / Catharinna Marques / Don CarlosLeal
G1
Hemorio assumiu a retestagem dos doadores. - Foto: Divulgação
A secretária de Saúde do Rio de Janeiro ressaltou que o Sistema de Doação de Órgãos é seguro, em entrevista nesta sexta-feira (11), após a confirmação de que seis pacientes transplantados foram infectados com HIV. A investigação preliminar aponta que houve um erro no laboratório que fazia os exames nos pacientes doadores. O incidente é inédito na história do serviço, que funciona desde 2006 e já salvou mais de 16 mil vidas, como aponta a secretária Cláudia Mello.

"O sistema é seguro e permanecerá seguro. Esse foi um caso sem precedentes que a gente vai buscar a todo momento alguma ação necessária para corrigir, se houver, mas o sistema é seguro e está mantido seguro. As pessoas que são possíveis pacientes, confiem no sistema, que as famílias que queiram doar, doem com segurança", afirma Mello.

Segundo o governo do estado, o erro foi do PCS Lab Saleme, uma unidade privada de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que tinha sido contratada em uma licitação no fim do ano passado para fazer a sorologia de órgãos doados. A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório, e o caso é investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil.

Transplante em janeiro
A situação foi descoberta no último dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo; ele não tinha o vírus antes.

Esse paciente recebeu um coração no fim de janeiro. A partir daí as autoridades refizeram todo o processo e chegaram a 2 exames errados feitos pelo PCS Lab Saleme. A primeira coleta foi feita no dia 23 de janeiro deste ano — foram doados os rins, fígado, coração e córnea, e todos deram não reagente para HIV.

A SES-RJ então confirmou que as 2 pessoas que receberam 1 rim cada uma também deram positivo para o HIV. A que recebeu a córnea, que não é tão vascularizada, deu negativo. A que recebeu o fígado morreu pouco depois do transplante, mas o quadro dela já era grave, e a morte não teria relação com infecção. A outra coleta feita de uma doadora no dia 25 de maio deste ano também apresentou resultado negativo para HIV.

Licitação e reteste
Esse estabelecimento foi contratado pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação no valor de R$ 11 milhões. A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, disse que a 1ª ação tomada foi de transferir todos os exames de sorologia dos doadores desse laboratório para o Hemorio. “Então, a partir do dia 13 de setembro, toda a doação é passada direto das doações para o Hemorio”, disse Cláudia. O departamento vai retestar o material armazenado de 286 doadores.

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