04/09/2024 às 09h57min - Atualizada em 04/09/2024 às 09h57min
Lula descarta rompimento com Venezuela, apesar da apreensão com agravamento da crise no país vizinho.
Ministro das Relações Exteriores submete nota ao crivo do presidente antes de ajustar texto com colega da Colômbia
Vera Rosa / Eduardo Gayer / Don Carlos Leal
PORTAL TERRA
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. - Foto: Wilton Junior / Estadão / Reprodução A nota oficial em que Brasil e Colômbia manifestam "profunda preocupação" com a ordem de prisão emitida pelo Ministério Público da Venezuela contra Edmundo González passou pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou nesta terça-feira, 03, com Lula, por telefone, e disse a ele que a situação na Venezuela vem se agravando dia a dia. Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro.
Apesar de destacar que a medida contra González - diplomata que em julho disputou as eleições contra Nicolás Maduro - dificulta a busca por "solução pacífica" negociada, a nota emitida por Brasil e Colômbia não significa o rompimento de relações com a Venezuela. Mesmo assim, na avaliação do Itamaraty e do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, Caracas resiste a qualquer tentativa de acordo para conter a escalada autoritária.
Lula não reconhece a vitória do ditador Maduro e, a portas fechadas, tem avaliado que, depois de mais de um mês das eleições, nem mesmo a divulgação dos boletins de urna podem provar mais nada. Como mostrou o Estadão, a conversa entre o presidente e o chanceler Mauro Vieira foi combinada logo após a notícia sobre a ordem de prisão contra González.
Depois de submeter o rascunho da nota com Lula, Vieira acertou o texto com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que levou o documento para o presidente Gustavo Petro. A prisão de González foi pedida pelo Ministério Público sob o argumento de que ele ignorou intimações para prestar depoimentos após acusar fraude nas eleições da Venezuela.
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