28/02/2024 às 13h43min - Atualizada em 28/02/2024 às 13h43min
Como notícias falsas e deep fakes podem influenciar a eleição?
A Justiça Eleitoral começou a discutir novas regras para serem aplicadas já nas eleições municipais deste ano
Por G1 / Don Carlos Leal
G1
Imagem de arquivo mostra uma urna eletrônica. - Foto: Bruna Bonfim / Reprodução Em um cenário altamente polarizado, como o visto no Brasil, notícias falsas e o uso de deep fakes não têm tanto o peso de mudar um voto, como explica Nara Pavão, cientista política e professora da Universidade Federal de Pernambuco. "Esse efeito de mudar a crença das pessoas, mudar a preferência das pessoas e, em última instância, mudar o voto das pessoas, é um efeito muito raro de acontecer", disse ela em entrevista ao podcast O Assunto desta quarta-feira (28).
A Justiça Eleitoral começou a discutir nesta terça-feira (27) novas regras para serem aplicadas já nas eleições municipais deste ano — entre as medidas aprovadas estão o banimento de deep fakes e a cassação de candidatos por uso irregular de inteligência artificial. Mas, segundo Nara, "as presas mais fáceis" desse tipo de conteúdo são eleitores indecisos ou mais moderados que, nas suas palavras, "não têm ali um afeto muito forte em relação a determinados candidatos políticos". A questão é que, de acordo com ela, "esse leitor ele é cada vez mais raro em sociedades polarizadas como a nossa".
Por outro lado, entretanto, esse tipo de conteúdo malicioso faz barulho, gera engajamento e tem potencial para desmobilizar o eleitor do candidato "do outro lado" e que é alvo do ataque. "As notícias falsas, as teorias conspiratórias, as deep fakes e as várias formas de desinformação que surgem na política seriam um recurso não para mudar a cabeça do eleitor, não para, por exemplo, convencer um eleitor do PT a votar em Bolsonaro ou vice-versa, porque isso seria muito difícil de ocorrer."
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