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19/02/2024 às 18h01min - Atualizada em 19/02/2024 às 18h01min

Bolsonaro diz ao STF que não vai depor sobre a investigação de um suposto golpe de estado

Para o ex-presidente, não haverá depoimento enquanto não tiver acesso à integralidade das mídias dos celulares apreendidos

Gabriela Coelho / Don Carlos Leal
R7
Bolsonaro diz ao STF que não vai depor. - Tânia Rêgo / Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não vai depor na investigação sobre o suposto golpe de estado enquanto não tiver acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos. A Polícia Federal intimou o ex-presidente a prestar esclarecimentos e o depoimento está marcado para quinta-feira (22), às 14:30.

De acordo com a defesa, a decisão que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e mandados de prisão preventiva tem supostas conversas presentes nos celulares apreendidos com conteúdos que a defesa não teve acesso até hoje.  "O acesso completo a esses elementos é crucial para que seja garantido o exercício do seu direito de defesa ― e mesmo de resposta a público ―, de maneira adequada e efetiva", disse. 

A defesa disse ainda que em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, Bolsonaro opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos.

"Meses durante os quais o Peticionário se viu não só atacado, mas também questionado com base em conteúdo de mídias às quais não teve acesso. Tais elementos, se disponibilizados em sua integralidade, poderiam, inclusive, contribuir de maneira significativa para a comprovação da inocência e o esclarecimento da verdade real", afirmou a defesa. 

Segundo a PF, inicialmente, 16 militares são investigados por pelo menos três formas de atuação. A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à segurança das eleições de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas.  O segundo ponto de atuação dos militares investigados pela PF seria de apoio às ações golpistas, reuniões e planejamento para manter os atos em frente aos quartéis, incluindo mobilização, logística e financiamento para auxiliar os manifestantes.

Havia ainda o "Núcleo de Inteligência Paralela", que seria formado pelos militares Augusto Heleno, Marcelo Camara e Mauro Cid. Esse grupo faria a coleta de dados e informações que auxiliassem a tomada de decisões do então presidente da República na consumação do golpe. O ex-presidente Bolsonaro teria pressionado os ministros do governo, durante reunião realizada em 5 de julho de 2022, para que promovessem e replicassem "desinformações e notícias fraudulentas" quanto à confiança do sistema eleitoral brasileiro, revela o processo.

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