02/01/2024 às 21h32min - Atualizada em 02/01/2024 às 21h33min
Veja como o planejamento financeiro pode garantir férias tranquilas
Pesquisa realizada pela Serasa mostra que três em cada dez entrevistados já se endividaram em função de alguma viagem
Karina Reif
CORREIO DO POVO
Movimento no Aeroporto Internacional Salgado Filho começou a ficar intenso durante as festas de final de ano. - Foto: Maria Eduarda Fortes / Reprodução Em função das férias escolares e das temperaturas mais elevadas, muitas pessoas deixam para viajar entre dezembro e março, mas nem todas elas fazem uma programação financeira para usufruir dos dias de folga sem comprometer as contas. Com a demanda em alta, há pouca margem de negociações, o que reforça a necessidade de os consumidores pesquisarem e também se organizarem com certa antecedência. Contudo, Machado lembra que as operadoras costumam oferecer alternativas na forma de pagamento.
“Como é alta temporada, não há uma tendência de promoções, mas há muitas facilidades para pagamento dos pacotes, principalmente parcelamentos. Isso ajuda muito”, afirma ele, observando que muitos voos para determinados destinos já estão praticamente lotados. O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, registrava grande movimento na véspera do Ano Novo e o elevado número de pessoas deve ser rotina até depois do Carnaval.
De acordo com a pesquisa Planejamento Financeiro para as Férias de Verão, realizada pela Serasa em parceria com o instituto Opinion Box, “Mesmo sendo um período de relaxamento, o controle com as finanças não deve ser deixado de lado”, avalia a especialista em educação financeira da Serasa Clara Aguiar. Ela indica anotar todos os gastos durante os dias de descanso para não comprometer as contas.
“Desde o sorvete na praia até os valores de transporte, todos os pequenos gastos importam para garantir a tranquilidade ao final da viagem”, ressalta, recomendando também aplicativos para fazer os registros ou mesmo os caderninhos.
Em relação às finanças, a maior parte dos pesquisados têm intenção de gastar acima de R$ 2 mil com as férias de verão. Os valores, em geral, serão divididos entre os viajantes ou pagos integralmente por uma única pessoa. Independentemente disso, o orçamento será utilizado, especialmente, para alimentação e passeios.
Do total de entrevistados, 63% disseram que costumam comparar preços de passagens, reservas ou hospedagens antecipadamente. De acordo com a especialista, o planejamento deve ser a chave para evitar prejuízos. “Quem começa a economizar, estudar os passeios e já fazer compras dos ingressos e passagens de forma antecipada, tem ainda mais tranquilidade para aproveitar as viagens sem dores de cabeça”, salienta Clara Aguiar.
Sobre planejamento, o presidente da Abav- RS entende que a contratação de uma agência auxilia a administração de alguns problemas que podem eventualmente ocorrer, como cancelamentos e remarcações. Dessa forma, os viajantes têm mais segurança e menos prejuízos.
Em relação aos imprevistos, o economista, professor da Escola de Negócios da Pucrs Gustavo Inácio de Moraes indica que os consumidores considerem os gastos emergenciais. “Às vezes, você está na estrada e fura um pneu e isso acaba ocasionando uma despesa extra com mecânico. Apesar de não acontecerem com frequência, é importantes que essas despesas estejam no orçamento”, observa.
Para aqueles que pretendem fazer viagens internacionais nas férias, é muito importante ter atenção a várias especificidades. O economista Gustavo Inácio de Moraes sugere que os turistas estipulem um limite de gastos para não extrapolar o que pretendiam do orçamento. “Quando viajamos, somos muito tentados aos presentes e aos souvenirs, mas tem que ter cuidado com isso e saber qual o limite”, orienta.
Fazendo a troca da moeda com antecedência, também é mais fácil identificar o montante disponível e também não ficar sujeito à variação cambial. “O uso de cartão pré-pago e de dinheiro físico são boas opções”, detalha.
Na avaliação dele, fazer o câmbio na primeira metade do ano costuma ser mais vantajoso para os brasileiros. “Em 18 anos, nos últimos 20 anos, o primeiro semestre costuma ter o real mais valorizado em relação ao dólar. Isso porque os contratos da safra agrícola de verão são finalizados e tem mais dólar disponível no mercado e também tem entrada de recursos de firmas multinacionais. Quando elas vão fazer um investimento em uma fábrica, por exemplo, acabam fazendo esse investimento na economia brasileira tipicamente no primeiro semestre”, explica.
No segundo semestre, por outro lado, ocorre o contrário, há entrada de importados no mercado nacional em maior volume, em virtude da chegada do Natal, da compra de presentes, deixando o real mais desvalorizado. No mesmo período, aumenta da procura por viagens. “O brasileiro é habituado a fazer as coisas de última hora e, fazer de última hora, no caso de viagens internacionais, acaba saindo mais caro”, diz.
Outro detalhe de atenção é identificar o motivo da viagem e as prioridades de cada viajante na hora de fazer o planejamento. “Se for passeio, talvez não seja preciso investir tanto em acomodações muito caras”, destaca. Para as viagens de negócios, ou de estudos menos voltadas ao lazer e mais focadas na profissão, pode ser interessante privilegiar a localização em regiões de centro de interesse. “Esse balanço entre passeio e descanso precisa ser pensado antes de cotar as instalações onde se hospedar”, define.
Moraes também aconselha calcular as vantagens de utilizar veículos alugados em percursos longos. “A locação pode ser aconselhada quando você vai cobrir grandes distâncias e fica mais suscetível a problemas mecânicos. Essas empresas contam com assistência técnica especializada e os veículos passam por revisões específicas”, explica. Além disso, usando esse tipo de carro, o condutor preserva o seu patrimônio. Outra dica é pensar, ao longo do ano, no acúmulo de milhas, tanto do uso de cartão de crédito como de companhias aéreas. “Escolhendo os voos antecipadamente e em horários alternativos, é muito vantajoso”, ressalta.
O economista observa que o período de férias de verão é tradicionalmente uma época em que os orçamentos das famílias são muito pressionados. Há despesas com impostos, com materiais escolares, entre outras demandas. Por isso, é justamente nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, que é necessário se preparar para todos esses pagamentos para que nada impeça de usufruir do momento de folga para conhecer novos lugares, descansar, encontrar amigos e familiares. Se pegar a estrada ou a ponte aérea, planejamento é sempre bem-vindo.
Dicas de especialistas: - Comparar preços. - Fazer uma poupança antes das férias. - Planejar com antecedência. - Considerar imprevistos enquanto está fazendo orçamento. - Ao longo do ano, organizar pontos de cartões de crédito ou de companhias para reverter. em milhas de passagens aéreas. - Anotar todos os gastos antes e durante a viagem. - Limitar um orçamento para as compras de viagens e para souvenirs. - Trocar moeda estrangeira antes da viagem. O primeiro semestre costuma ser mais vantajoso para os brasileiros fazer o câmbio. - Considerar locação de veículos, dependendo da distância.
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