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14/09/2023 às 10h45min - Atualizada em 14/09/2023 às 10h45min

Como um vendedor de picolé catarinense se tornou o “Rei do Ovo” no Brasil?

Empreendedor desde criança, Ricardo Faria é hoje acionista principal de negócios bilionários no agro brasileiro

Estela Benetti
NSC TOTAL
Com apenas oito anos de idade, Ricardo decidiu virar empreendedor e vender picolé na praia do Rincão, sul de Santa Catarina. - Foto: Arquivo pessoal / Reprodução
Empreendedor desde criança, quando, aos oito anos, decidiu vender picolé na praia do Rincão, sul de Santa Catarina, o empresário Ricardo Faria, 48 anos, hoje é acionista principal de negócios bilionários no agro brasileiro. É fundador e presidente do conselho da Granja Faria, que tem sede em Lauro Müller, SC, e atuação nacional, com produção de 16 milhões de ovos por dia.

O número significa a liderança nacional no setor e rendeu a Ricardo Faria o título informal de “Rei do Ovo” do Brasil, que ele não simpatiza. Prefere ser reconhecido como um empreendedor. O outro grande negócio dele no agro é a Insolo, uma empresa agrícola que vai plantar na próxima safra 211 mil hectares no Nordeste.

Ricardo Faria é um dos migrantes que vieram quando criança para Santa Catarina. Mas há 10 anos reside em São Paulo em função dos negócios. Nasceu em Niterói, Rio de Janeiro e mudou com a família para Criciúma aos três anos de idade.

O pai, médico pediatra graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), veio para SC para atender doentes devido à enchente que alagou Tubarão em março de 1974. Gostou da região e decidiu morar no Estado. A esposa seguiu no Rio para concluir o curso de engenharia elétrica na UFRJ e, depois, mudou com o filho para Criciúma, onde ingressou no quadro da Celesc.

Um dos orgulhos de Ricardo Faria é nunca ter tido uma carteira de trabalho. Sentiu o gosto da liberdade de ser empreendedor ainda criança, quando decidiu pilotar o carrinho de picolé sem pedir autorização aos pais, na praia, durante as férias escolares. Mas eles não se opuseram. — Eu ganhava cerca de um salário mínimo por final de semana. Aí pensei: não preciso trabalhar para ninguém. Vou trabalhar para mim. Não tenho carteira de trabalho até hoje — afirma ele ao revelar que poupou tudo o que ganhou.

Quando viajou para fazer intercâmbio na Califórnia, Estados Unidos, com 15 anos, tinha planos de seguir a carreira do pai, ser médico. Mas ao encontrar naquela região uma destacada produção de frutas, mudou de ideia. Aí decidiu fazer agronomia e escolheu a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que era perto de casa.

Nessa fase, ele também pensava em ser industrial. O pai, paralelamente à medicina, havia aberto uma confecção. Aí, ainda estudante de graduação, ele assumiu a gestão dessa empresa do pai, acelerou o crescimento dela e montou uma confecção de uniformes empresariais. — No final da faculdade, decidi migrar da confecção para a locação. Ao invés de vender uniformes para a indústria, eu locava. Aí montei minha primeira empresa, que foi a Lavebras, que alugava roupas e lavava – destacou ele.

A primeira unidade da lavandeira foi em Capinzal, no Oeste de Santa Catarina, a segunda foi no Rio Grande do Sul e o negócio foi crescendo. A Lavebras avançou no segmento, chegou a 70 unidades e passou a ser disputada por outros players do mercado. Em 2017, ele vendeu o negócio para a empresa francesa Elis (por R$ 1,3 bilhão, segundo informações da mídia).

Como parte dos clientes que atendia era do agro, em 2007 Ricardo Faria decidiu abrir uma granja de ovos férteis em Nova Mutum, no Mato Grosso, para atender a Perdigão. Mais tarde, em 2013, comprou a Avícola Catarinense em Lauro Müller e transferiu a sede jurídica da Granja Faria para o município, onde está até hoje.

Após a venda da Lavebras, Ricardo Faria deu uma parada no trabalho e foi em busca de novas ideias em curso na Universidade de Harvard, nos EUA. Daí, concluiu que poderia seguir no agronegócio e investir em um setor de “cauda longa” (que significa venda de várias coisas com baixa procura, ao invés de poucas coisas com alta procura).

A escolha foi ampliar de forma exponencial e com inovação o negócio que já tinha e dominava as tecnologias, que é a produção de ovos. Expandiu a produção de ovos férteis e, principalmente, daqueles destinados ao consumidor final. O crescimento acelerado nos últimos seis anos, que culminou com a produção de 16 milhões de ovos dia, foi em função de aquisições de outras empresas, M&A (na sigla em inglês). Até agora foram 11 aquisições. A última, da Takayama Alimentos, de São Paulo, realizada em 29 de junho deste ano, elevou a produção da Granja Faria de 13 milhões para 16 milhões de ovos dia, um acréscimo de 23%.

A empresa conta um plantel de 20 milhões de aves em 24 granjas, das quais três são em Santa Catarina. A sede fica em Lauro Müller, uma em Herval d’Oeste e outra em Palhoça, às margens da BR-101, na Grande Florianópolis.

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