10/08/2023 às 00h01min - Atualizada em 10/08/2023 às 00h03min
Você acredita que o Brasil NÃO É um país racista?
Segundo estudo realizado pelo Instituto Marielle Franco, em 2021 muitas mulheres negras manifestaram medo de estar na política por serem alvos de intimidação e violência física
Mayara Souto / Don Carlos Leal
CORREIO BRAZILIENSE
Vera Lúcia faz uma análise da crueldade vivida pela mulher negra: "O Brasil não abre mão de ser racista. É economicamente lucrativo" - Foto: Minervino Júnior / CB / D.A.Press / Reprodução Uma pesquisa divulgada em julho mostrou que 81% dos brasileiros enxergam o Brasil como um país racista, mas apenas 11% afirmam que têm atitudes ou práticas discriminatórias. Realizado pela Ipec, sob encomenda do Instituto de Referência Negra Peregum e do Projeto Seta, o levantamento constatou também que 10% dos entrevistados trabalham em instituições racistas; 36% convivem com pessoas que têm atitudes preconceituosas e 46% que convivem com pessoas que sofrem discriminação. Para a jurista Vera Lúcia Santana, as constatações das pesquisas não surpreendem. "Ser a primeira vez que uma jurista negra integrou uma lista para ir ao TSE, significa que continuamos com as mesmas barreiras. O Brasil não abre mão de ser racista. É economicamente lucrativo", analisa. Para a jurista, as mulheres negras são perseguidas politicamente pelas tentativas de alijá-las dos processos decisórios — e contam com o beneplácito das instituições para isso. "A visibilidade de mulheres e homens negros é um ator que incomoda dentro da estrutura que a gente opera. Hoje, tem uma presença muito maior de advogados negros e negras, juízas e juízes, numa quantidade muito subrepresentada em relação à população, mas já não é um espaço tão solitário", lamenta. Joseanes Santos, assessora parlamentar do Ministério das Mulheres e integrante da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal, salienta que "a posição que ocupamos, hoje, na sociedade brasileira, é resultado da travessia transatlântica sofrida pela população negra, da África para o Brasil. Tivemos que nos organizar politicamente, como quilombolas, mulheres de terreiros, empreendedoras, mães. Isso que fazemos, hoje, de resistência política, fazemos desde essa época".
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