O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta semana o julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. A ação penal, que já conta com votos favoráveis à condenação, entra em sua reta final com expectativa sobre possíveis divergências entre os ministros — especialmente o voto do ministro Luiz Fux, que já sinalizou posições distintas em etapas anteriores do processo. A análise ocorre na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, e não inclui o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Ainda assim, Barroso se manifestou publicamente, reforçando que o julgamento é baseado em provas e não em disputas políticas. Segundo ele, diferentemente do período da ditadura, o processo atual é transparente e conduzido “à luz do dia”. O voto de Fux é considerado estratégico. Embora não tenha poder de alterar sozinho o resultado, uma eventual divergência pode ser usada pelas defesas para apresentar recursos, como embargos de declaração ou pedidos de nulidade. Juristas apontam que, mesmo que a maioria se mantenha pela condenação, a existência de controvérsias jurídicas pode prolongar o desfecho e alimentar narrativas políticas. Além do aspecto jurídico, o julgamento tem forte impacto simbólico. A decisão do STF será observada como um termômetro institucional sobre os limites da atuação política e o papel das instituições democráticas diante de tentativas de ruptura. A expectativa é que o julgamento se estenda ao longo da semana, com sessões previstas até sexta-feira (12). Em caso de condenação, os réus ainda poderão recorrer dentro do próprio STF, o que pode adiar a execução das penas.
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