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19/07/2023 às 00h01min - Atualizada em 19/07/2023 às 00h01min

Gripe aviária: quais os impactos para SC da interrupção da importação do Japão e quais os riscos

Suspensão foi informada na segunda, após governo estadual registrar caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1)

Joana Caldas / Luana Amorim
G1
Após Japão suspender importação de aves de SC, Jorginho Mello vai receber embaixador. - Foto: Governo do SC / Reprodução
A decisão do Japão em suspender a importação de aves de Santa Catarina após a confirmação de um caso de gripe aviária deve trazer “pequeno impacto” na economia, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Isso deve ocorrer porque a ideia dos produtores é vender o produto que iria para a nação asiática para outros estados brasileiros ou países.

O Japão suspendeu temporariamente a importação de aves de Santa Catarina na segunda-feira (17). O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que uma delegação do ministério deve se reunir com autoridades japonesas na próxima semana, em Tóquio, para discutir o caso.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de frango do país. Apesar disso, apenas 3% dos embarques do produto para os japoneses são derivados do estado. Por conta disso, a associação espera que parte do impacto da suspensão seja absorvida. "Haverá um pequeno impacto, mas ele será diluído. Os grupos presentes também possuem exportação para outros estados. Por isso, são duas recomendações: mandar parte dessa produção, que seria destinada ao Japão, para outros estados; ou fazer o mesmo movimento com outros países habilitados", disse Luis Rua, diretor de mercados da ABPA.

O observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apurou que o país asiático importou US$ 310,8 milhões em frango, ovos e subprodutos. Esta é a primeira vez, em 30 anos, que os japoneses suspendem a importação. "O Japão tem um entendimento um pouco mais restritivo do que aquilo que recomenda a Organização Mundial de Saúde Animal. Nós vamos justamente tentar mostrar aos japoneses que não há casos na produção comercial por meio de dados. O ministério está bastante empenhado para ter uma solução", declarou Rua.

O Mapa afirmou que o foco de gripe aviária foi identificado em Maracajá, no Sul de Santa Catarina, em uma ave doméstica criada para consumo próprio. Essa ave vivia em uma propriedade que criava diversas espécies, como galinhas, gansos, patos e perus.
A propriedade foi interditada. Todas as aves da propriedade foram abatidas. As aves onde o foco foi identificado eram criadas soltas e não eram destinadas à produção de produtos para comercialização, de acordo com o Mapa. O governo de Santa Catarina afirmou que não há registros da doença na produção comercial.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e a ABPA afirmaram que tanto o Brasil quanto Santa Catarina seguem com o status sanitário livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), já que não houve casos da doença em ave comercial.

Com o anúncio da suspensão, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instalou permanente estado de alerta, com intensificação das ações de educação e comunicação. No fim de junho, o Japão já havia suspendido a compra de aves do Espírito Santo após o estado confirmar um caso de H5N1 também em ave criada para consumo próprio.
Santa Catarina tem receio de que a medida imposta pelo Japão possa criar uma reação em cadeia com outros mercados. Por conta disso, o governador catarinense Jorginho Mello (PL) deve se reunir nesta quarta (19) com o embaixador japonês para discutir a situação.

Apesar desse quadro, a ABPA acredita que a situação com o país asiático é pontual e, por isso, não deve afetar as demais relações comerciais. "O que aconteceu no Espírito Santo e Santa Catarina são casos isolados. Não podemos criar situações que não existem. Só o Japão está adotando essa postura [da suspenção]. Apesar do monitoramento contemplar os outros países, não há nenhum indicativo de outro fechamento", disse Luis Rua.

Em nota, a ABPA, a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne-SC) informaram que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados e que tem apoiado o trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, no monitoramento dos casos.

“A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC lembram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal”, diz o comunicado. A OMS diz que cozinhar frango a 70ºC ou mais, sem deixar partes cruas ou vermelhas, é uma medida segura para matar o vírus H5N1.

A Organização Mundial da Saúde esclareceu que a forma mais comum de o vírus entrar em algum território é através de aves selvagens migratórias. Para a transmissão entre aves e humanos, é preciso contato direto ou indireto com animais infectados ou com ambientes e superfícies contaminadas com fezes. A manipulação de carcaças contaminadas e a preparação da carne para o consumo, especialmente em situações domésticas, também pode ser um risco.

O governador de Santa Catarina vai receber o embaixador do Japão, Hayashi Teiji, para falar sobre a suspensão temporária da importação de aves para o país asiático por causa da gripe aviária. O encontro ocorreu na Casa D'Agronômica, em Florianópolis, na quarta, informou o estado. A agenda já estava marcada, mas o novo assunto será discutido.

Assim que recebeu a confirmação de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), a Secretaria de Estado da Agricultura adotou medidas sanitárias com base nos protocolos internacionais e erradicou o foco. Também foram intensificadas as ações de educação sanitária, de vigilância e investigação epidemiológica nas propriedades rurais na região, informou o governo estadual.

Com o alerta, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do estado (Cidasc) recomenda que seja comunicada imediata caso aves de qualquer espécie sejam observadas com sinais clínicos de Influenza Aviária, que contemplam: sinais respiratórios e neurológicos, tais como dificuldade respiratória; andar cambaleante; torcicolo ou girando em seu próprio eixo; mortalidade alta e súbita.
A Cidasc afirma ainda que "aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas", e que "não há evidências de que o consumo de carne de aves ou de ovos ofereça risco à saúde humana". A comunicação pode ser realizada utilizando o sistema e-Sisbravet no link: bit.ly/notificarcidasc ou bit.ly/SISBRAVET, ou ainda, diretamente em um escritório local da Cidasc.

O H5N1 é um subtipo do vírus Influenza que atinge, predominantemente, as aves. É menos comum em mamíferos e em humanos. A Influenza Aviária foi diagnosticada pela primeira vez em aves em 1878, na Itália. Mas o H5N1 só foi isolado por cientistas mais de 100 anos depois, em 1996, em gansos na província de Guangdong, no sul da China.

Os vírus Influenza são divididos entre os de Baixa Patogenicidade (LPAI, leve) e os de Alta Patogenicidade (HPAI, grave): Baixa Patogenicidade: atinge as aves de forma mais branda e, muitas vezes, de forma assintomática. A taxa de mortalidade das aves, neste caso, é baixa; Alta Patogenicidade: a doença se manifesta de forma mais grave, é disseminada rapidamente entre as aves e tem um alto índice de mortalidade entre os animais.

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