12/04/2023 às 09h01min - Atualizada em 12/04/2023 às 09h01min
Redes sociais relutam em colaborar para coibir ataques em escolas
A todas as solicitações da imprensa, o Twitter tem respondido com um emoji de fezes, por determinação de seu proprietário, o bilionário Elon Musk
O GLOBO
Flávio Dino: “Os termos de uso não se sobrepõem à Constituição, à lei e não são maiores que a vida das crianças e adolescentes brasileiros'' - Foto: Arun Sankar / AFP / Reprodução Pelo que se viu na reunião entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e representantes das principais redes sociais, ainda falta muito para que elas colaborem com o esforço essencial para conter ataques violentos nas escolas. O tema ganhou urgência em razão dos dois atentados recentes — o primeiro em São Paulo, o outro em Santa Catarina — que resultaram nas mortes de quatro crianças e de uma professora de 71 anos.
A pesquisa acadêmica mais séria demonstra que tais atentados costumam ser anunciados e exibidos nas redes entre comunidades extremistas que cultuam o ódio e a violência, dispondo de iconografia, vocabulário e calendários próprios. Por isso, a colaboração das plataformas digitais é fundamental para debelar as tragédias antes que se consumem. Infelizmente as empresas de internet — com destaque para o Twitter — continuam arredias, avessas a assumir qualquer tipo de responsabilidade pelo que deixam circular em suas redes.
Ministério da Justiça já pediu remoção de 431 contas no Twitter com conteúdos suspeitos sobre ataques a escolas
O governo solicitou do Twitter a remoção de 551 posts, vários com imagens de agressões, ameaças e enaltecimento aos ataques a crianças. Na reunião com Dino, segundo informou a jornalista Julia Duailibi em seu blog no portal g1, uma advogada do Twitter teve o desplante de afirmar que um perfil criado com fotos de autores de massacres em escolas “não violava os termos de uso da rede”. Também disse que “não se tratava de apologia ao crime”. Diante da recusa em tirar posts do ar, o Ministério Público Federal deu dez dias de prazo para a plataforma apresentar explicações sobre a “moderação de conteúdos relacionados a ameaças de ataques a escolas”.
Na reunião, Dino ponderou, com toda a razão, que os termos de serviço não podem servir de pretexto para eximir as empresas da obrigação de cumprir o que determinam a lei e as autoridades. “É preciso que quem tem responsabilidade, e essas empresas que lucram bilhões têm responsabilidade, também se engaje”, afirmou. “Os termos de uso não se sobrepõem à Constituição, à lei e não são maiores que a vida das crianças e adolescentes brasileiros.”
A todas as solicitações da imprensa, o Twitter tem respondido com um emoji de fezes, por determinação de seu proprietário, o bilionário Elon Musk. O enxugamento nos quadros da empresa esvaziou a área de comunicação e políticas públicas no Brasil.
Com o medo crescente de novos ataques, pais e gestores de escolas têm feito pressão por reforço na segurança e no policiamento. São medidas sem dúvida necessárias. Mas, embora os ataques em escolas sejam resultado de múltiplos fatores, o terreno onde hoje são cevados é digital. Nenhuma medida será tão eficaz para combatê-los quanto a vigilância dos grupos extremistas e comunidades de ódio na internet. Caso redes sociais continuem se recusando a colaborar com as autoridades para debelá-los, deveriam ser consideradas corresponsáveis pela violência.
Redes sociais relutam em colaborar para coibir ataques em escolas. Ministro da Justiça disse que: “Os termos de uso não se sobrepõem à Constituição, à lei e não são maiores que a vida das crianças e adolescentes brasileiros
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