20/02/2023 às 11h00min - Atualizada em 20/02/2023 às 11h00min
IAM continua apontando os juros reais do Brasil, como os mais altos do mundo
Juliana Elias
CNN
Fonte: Infinity Asset Management *Taxa de juros DI para janeiro/24 descontada da inflação projetada 12 meses à frente - Imagem: Reprodução / CNN O país é o líder no ranking feito pela gestora Infinity Asset Management, que acompanha um grupo das 40 principais economias globais. Os juros reais são a taxa de juros corrente descontada a inflação. Em fevereiro, eles ficaram em 7,4% em fevereiro no Brasil, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 13,75%, o maior nível desde 2016.
Na metodologia usada pela Infinity, são usadas tanto as taxas de juros futuros para 12 meses à frente (DI com vencimento em janeiro/24) quanto a projeção de mercado para a inflação, também para daqui a 12 meses. Pelo Boletim Focus, relatório semanal de projeções econômicas do BC, a inflação esperada para o período era de 5,75%.
A lista dos maiores juros reais é liderada por outros países latinos que vêm logo na sequência do Brasil: no México, a taxa descontada da inflação está em 5,5%, no Chile é 4,7% e, na Colômbia, 3%. Já é o quarto levantamento em que o Brasil se mantém na dianteira dos juros reais globais, de acordo com a Infinity, que renova o ranking a cada reunião do Copom. Os encontros são realizados a cada 45 dias com o presidente e os diretores do BC para definir a taxa Selic.
“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, escreveu a Infinity em seu relatório.
“No cômputo geral, entre 156 países, 53,85% mantiveram os juros, 41,67% elevaram e 4,49% cortaram. No ranking, entre 40 países, 32,5% mantiveram, enquanto 67,5% elevaram as taxas.” Nenhuma das 40 economias selecionadas cortou juros no último mês.
Apesar do aumento generalizado de juros no mundo desenvolvido e em desenvolvimento no último ano, em resposta aos choques de preço causados pela pandemia e pela guerra da Ucrânia, mais da metade dos 40 países listados pelo levantamento têm atualmente juros reais negativos. Ou seja, nesses locais, a inflação está ainda mais alta do que as taxas de juros.
É o terreno onde estão em peso economias avançadas como Reino Unido (-1%), Japão (-1,5%), Portugal (-4,3%) ou Alemanha (-4,9%). É onde estão também os dois países que têm, hoje, algumas das inflações mais altas e em descontrole do mundo, e que estão no fim da lista dos juros reais: a Turquia, com uma taxa de -8% após a inflação, e a Argentina, com -19,6%.
Na Turquia, o último dado apontou uma inflação de 58% – a menor em quase um ano -, e, na Argentina, o índice de preços já se aproxima dos 100% em 12 meses.
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