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19/11/2022 às 12h48min - Atualizada em 19/11/2022 às 12h48min

Chorão vai pedir indenização por bloqueios nas estradas

Wallace Landim, presidente da ABRAVA, garante que a greve convocada não representa a categoria

Edson Sardinha
CONGRESSO EM FOCO
Chorão, presidente da Abrava, diz que caminhoneiros em manifestos não representam a categoria - CF / Reprodução
A greve convocada e os bloqueios feitos por caminhoneiros em estradas em defesa da intervenção militar não representam a categoria e serão alvo de ação na Justiça, segundo o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim. A Abrava, que representa 35 mil condutores autônomos, pretende acionar judicialmente as empresas que estão paralisando estradas e cobrar uma indenização pelos danos causados à categoria.

“Ninguém faz churrasco de graça para ninguém. Existe uma parcela muito pequena de caminhoneiros que de fato apoia o presidente Bolsonaro. Mas a outra parcela, de 80% a 90%, quer trabalhar e está sendo prejudicada”, disse Wallace, mais conhecido como Chorão, ao Congresso em Foco.

Segundo ele, os manifestantes são funcionários de grandes empresas ligadas ao agronegócio e não agem de maneira espontânea. O Brasil tem 31 interdições e bloqueios em estradas federais em cinco estados. A informação é da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em balanço divulgado às 15:24 (horário de Brasília) do sábado (19). Os bloqueios são feitos por manifestantes contrários ao resultado das eleições no segundo turno. De acordo com a PRF, são 21 interdições e 10 bloqueios totais. A PRF também informou que já desfez 1.180 manifestações. A manifestação ocorre um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas e empresas acusadas de financiar os atos pela intervenção federal com o envio de caminhões a Brasília.

Chorão explica que a pauta dos caminhoneiros não é política, mas econômica. “A gente cobra a pauta econômica do atual governo, que são as demandas do transporte que estão paradas no papel. Também estamos procurando interlocução com o futuro governo. Lutamos pela pauta econômica e não pelo fim da democracia”, ressaltou.

O presidente da Abrava afirma que não há motivo para a categoria apoiar Jair Bolsonaro porque, segundo ele, o atual presidente não cumpriu as promessas assumidas com os caminhoneiros em 2018, decorrentes das reivindicações da greve daquele ano.

“Estão falando que os caminhoneiros estão parando as rodovias para salvar o país, pedindo intervenção militar e impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Até hoje não tive informação de que fecharam os comércios dos apoiadores do presidente, nem as fábricas de fertilizantes e do pessoal que produz soja. Eles estão por trás disso, mas é o caminhoneiro que está levando a fama”, declarou.

Na primeira semana de novembro, logo após a proclamação do resultado da vitória de Lula, apoiadores de Bolsonaro bloquearam total ou parcialmente mil trechos de rodovias federais e estaduais. Milhares de manifestantes ocupam a praça em frente à sede do Exército em Brasília. Os bolsonaristas não aceitam a derrota e pedem intervenção militar.

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