09/11/2022 às 12h04min - Atualizada em 09/11/2022 às 12h04min
Bolsonaristas pedem que comerciantes fixem adesivos do PT nas fachadas
Cidades do Rio Grande do Sul registraram denúncias sobre listas que circulam nas redes sociais com boicote a empresas ditas petistas
Herculano Barreto Filho
UOL
Apoiadores de Bolsonaro sugerem que comerciantes coloquem estrela do PT em lojas - Imagem: Redes Sociais / Reprodução Empresas e profissionais relatam pressão após divulgação de listas de 'boicote a petistas' no RS: 'todo mundo tem medo'. Mensagens são divulgadas em grupos do WhatsApp e em redes sociais. Pessoas identificadas como 'petistas' ou sem posição política aberta falam em medo de perder clientes.
Em Casca (RS), município com 9 mil habitantes no Rio Grande do Sul, bolsonaristas espalharam mensagens nas redes sociais e em grupos de WhatsApp pedindo que comerciantes locais colocassem adesivos com a estrela vermelha do PT na frente de seus estabelecimentos.
Uma lista de boicote com nomes de empresários e profissionais liberais de Camaquã, apontados como petistas ou que não teriam declarado abertamente o voto no candidato Jair Bolsonaro (PL), circula em grupos no WhatsApp desde a semana passada.
Casos semelhantes ocorrem em outros municípios do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Gravataí, Sananduva, Ijuí e Teutônia também registraram relatos de profissionais e empresas que foram alvo de listas de boicote no aplicativo de troca de mensagens.
A relação teria sido criada por bolsonaristas antes mesmo da divulgação do resultado oficial das eleições, que elegeram o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o próximo presidente no segundo turno, ocorrido no último dia 30. Os participantes do grupo são pessoas de vários segmentos da sociedade. Entre os comércios e profissionais citados na denominada “Lista de Petistas” estão farmácias, lojas de varejo, fisioterapeutas, advogados, entre outros.
O segundo turno das eleições terminou no dia 30 de outubro, com a vitória de Lula (PT) na disputa pela Presidência da República. Contudo, para uma série de empresas e profissionais liberais do Rio Grande do Sul, persistem as ameaças do tenso clima instalado no período eleitoral.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB/RS) tomou conhecimento do caso e comunicou o Ministério Público Estadual (MPRS) pedindo abertura de investigação e avaliação de eventuais medidas judiciais cabíveis por conta da lista também envolver profissionais da categoria.
Em nota, o presidente da OAB/RS, Leonardo Lamachia, destacou que “a Ordem gaúcha está atenta, vigilante e acompanha com preocupação manifestações que possam conter qualquer caráter discriminatório por opção política ou ideológica.” O órgão também orientou as subseções que notificassem o Ministério Público (MP) local sobre os episódios, sem prejuízo das ações que a seccional já está tratando.
Para a jurista, os casos podem se enquadrar criminalmente como reparação de danos, crime contra a ordem econômica e concorrência desleal - quando empresários do mesmo ramo de profissionais mencionado na lista promoveriam o ato discriminatório. Segundo Roberta, principalmente os administradores do grupo podem ser punidos, caso o MP criminalize os atos.
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