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31/10/2022 às 06h36min - Atualizada em 31/10/2022 às 06h36min

Autoridades e políticos reconhecem a vitória de Lula na eleição presidencial

O primeiro a se pronunciar foi Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Bolsonaro

Guilherme Grandi
GAZETA DO POVO
Autoridades e instituições parabenizam Lula pela vitória da eleição presidencial neste segundo turno - Foto: Sebastião Moreira / EFE
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (30), no segundo turno da disputa presidencial, foi parabenizada pelas principais autoridades do país do executivo e do judiciário, governadores e partidos políticos. O ex-presidente conquistou o terceiro mandato com 50,9% dos votos contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL) que disputava a reeleição (com 99,99% das urnas apuradas).

O primeiro a se pronunciar foi Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Bolsonaro, que parabenizou Lula e disse que a “vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”.

Lira disse, ainda, que é preciso, neste momento, “debater, construir pontos, propostas e práticas que tragam mais desenvolvimento, empregos, saúde, educação e marcos regulatórios eficientes. Tudo que for feito daqui para frente tem que ter um único princípio: pacificar o País e dar melhor qualidade de vida ao povo brasileiro”.

Pouco depois, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), parabenizou Lula e os governadores eleitos, e afirmou que o petista e Geraldo Alckmin (PSB) tomarão posse da Presidência da República em 1º de janeiro. "Que o presidente eleito possa governar para todos, aqueles que votaram nele, que não votaram, que ele possa ser o presidente de todos os brasileiros", disse.

"[Lula] encontrará, no Congresso Nacional, uma casa pronta para que os importantes projetos sejam apreciados, as reformas propostas sejam analisadas, sempre com bastante critério, juízo crítico, independência, mas com o espírito que sempre tivemos inclusive com o atual governo, de colaboração com aquilo que verdadeiramente interessa ao Brasil. As minhas expectativas como presidente do Senado e do Congresso Nacional é que possamos, a partir do encerramento deste ciclo eleitoral, entrarmos numa nova era, numa nova fase, num novo ciclo de mais união, mais respeito, de responsabilidade de todos os mandatários, e que tenhamos otimismo de que dias melhores teremos no Brasil", completou Pacheco.

Já o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, afirmou que o Brasil "deu mais um exemplo de eleições limpas e com ampla participação popular''. As instituições funcionaram corretamente, com o Tribunal Superior Eleitoral cumprindo um papel fundamental". "Desejo sucesso ao Presidente Lula, que tem a importante missão de unir o país. Democracia sempre", completou.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB), que já tinha declarado apoio a Lula no segundo turno, postou uma mensagem também nas redes sociais dizendo que "o Nordeste garantiu nossa democracia", em relação à vitória do ex-presidente em todos os estados da região.

Ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, General Carlos Alberto Santos Cruz (Podemos), disse que o novo governo deverá buscar uma união nacional que "seja para todos os brasileiros, com respeito às diferenças, sem conflitos, aperfeiçoamento das instituições, paz social, redução das desigualdades, apoio aos necessitados, honestidade, transparência e prestígio mundial".

Pelas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que se aliou ao petista no segundo turno, fez uma breve postagem parabenizando Lula pela vitória e afirmou que “venceu a Democracia, venceu o Brasil”.

Governadores eleitos e atuais se pronunciam sobre o resultado final da eleiçãoAlguns dos governadores eleitos no primeiro turno também se posicionaram sobre a eleição de Lula neste domingo (30). Tarcísio de Freitas (Republicanos), que derrotou Fernando Haddad (PT) em São Paulo, disse que vai buscar um alinhamento com o petista. Ele reconheceu que tem uma pauta mais conservadora, seguindo a linha de Bolsonaro, mas que o que interessa agora é trabalhar pelo estado.

"Agora vamos olhar para frente, olhar para os interesses dos estados de São Paulo. Para trazemos políticas públicas para o estado, vai ser fundamental o alinhamento e o entendimento com o Governo Federal. São Paulo é o estado mais rico do Brasil, um estado importante, tenho certeza que São Paulo pode ajudar muito o Brasil, e o Brasil também, obviamente, pode ajudar São Paulo", disse.

Helder Barbalho (MDB), o governador mais votado do Brasil no primeiro turno, com 70,41% dos votos do Pará, parabenizou o ex-presidente pela vitória e pediu que "Deus nos abençoe e o ilumine para que o Brasil possa se reconciliar e trilhar o caminho do desenvolvimento, com paz e harmonia". Barbalho mergulhou na campanha petista no segundo turno.

Perto dali, Rafael Fonteles (PT), governador do Piauí, manifestou preocupação com a abstenção de eleitores ao longo do dia por conta das operações feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas, ao final, parabenizou o correligionário.

"O amor sempre vence. O Piauí e o Brasil estão prontos para um futuro onde todos nós seremos muito mais felizes", disse. Foi uma frase semelhante à dita por João Azevêdo (PSB), reeleito na Paraíba.

Já Romeu Zema (Novo), que fez campanha para Bolsonaro em Minas Gerais, desejou "sucesso ao presidente eleito" e que está aberto ao diálogo para que o Brasil "possa crescer com trabalho, honestidade e respeito". Afirmou, ainda, que vai cobrar de Lula que o estado seja tratado com "prioridade, como merece". Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito. Que Deus abençoe nossa nação.

Governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que se coloca à disposição "para trabalhar ao lado do presidente eleito". "As diferenças devem ser colocadas de lado porque os desafios são imensos e só a união de todos os eleitos pode solucionar os muitos problemas que se apresentarão a partir de janeiro. O presidente é morador do Distrito Federal e, como governador reeleito, farei tudo para que tenhamos - e tenho certeza de que teremos - uma convivência harmônica para que possamos governar para todos", completou.

O governador reeleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que apoiou abertamente Bolsonaro ao longo da eleição, disse que o povo brasileiro se manifestou neste domingo (30) e que "agora é hora de continuar trabalhando, juntos por um Brasil unido e em paz". "Pra frente, Paraná. Pra frente, Brasil", disse.

Reeleito governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), parabenizou Lula pela vitória e disse que continuará "trabalhando por parcerias para a melhoria da qualidade de vida dos goianos e apoiando o Brasil a superar desafios".

No Maranhão, o governador reeleito Carlos Brandão (PSB) disse estar "celebrando a democracia e a eleição de Lula", fazendo também um convite para a população comemorar a vitória do ex-presidente no estado.

Waldez Góes (PDT), reeleito governador do Amapá, disse que o povo brasileiro "demonstrou mais uma vez sua vocação democrática e foi às urnas decidir os rumos da nossa nação''. Numa eleição tão equilibrada, a cultura da paz será fundamental para o fortalecimento do Brasil e de todas as suas regiões".

Em um curto vídeo publicado nas redes sociais, Fátima Bezerra (PT), reeleita governadora do Rio Grande do Norte, comemorou a vitória do correligionário e disse que tem "orgulho do Rio Grande Norte e do Nordeste".

O atual governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (Republicanos), parabenizou Lula pela vitória e pediu uma "harmonia'' entre as gestões federal e estadual. Santa Catarina deve estar sempre em primeiro lugar".

Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo que passou a apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição ao governo do estado após não ter avançado no primeiro turno, disse que "a democracia brasileira mais uma vez mostrou sua força''. Desejo êxito ao presidente eleito. Que governe para todos e faça o Brasil prosperar".

A federação PSDB-Cidadania, que se dividiu entre neutralidade e apoio a Lula no segundo turno, disse que Lula terá agora "a difícil missão de unificar um país dividido e com graves problemas sociais a serem superados". "Sem repetir os erros do passado, precisará de diálogo e responsabilidade para governar”, completou Bruno Araújo, presidente da federação.

Já o MDB, que teve a senadora Simone Tebet como candidata à presidência no primeiro turno, disse que o Brasil “exerceu sua vontade soberana, dentro das regras constitucionais''. Cumprimentamos o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Que ele seja capaz de pacificar o País, e avance em pautas por mais empregos e renda”.

A própria ex-presidenciável, que mergulhou de cabeça na campanha lulista, afirmou que as urnas venceram e que “venceu a democracia e a verdade''. A hora é de comemorar porque amanhã vai ser outro dia”. Sua então vice na corrida presidencial, Mara Gabrilli (PSDB), também parabenizou Lula pela vitória e disse que seguirá "defendendo os mais vulneráveis e o combate à corrupção".

O PDT, que entrou na campanha lulista no segundo turno, diz que a "democracia venceu". "Podemos  acreditar em um futuro melhor para as crianças e jovens do nosso Brasil", disse em uma breve nota nas redes sociais.

O Podemos, que também liberou seus correligionários no segundo turno, afirmou que reitera "suas convicções na soberania do voto popular, das liberdades individuais e continuará mantendo sua posição de independência, sempre apoiando as pautas de interesse do país", em uma mensagem nas redes sociais.

Outro partido que liberou seus filiados no segundo turno foi o União Brasil, em que seu presidente, Luciano Bivar, gravou um vídeo parabenizando Lula e os governadores e congressistas da legenda eleitos no primeiro e no segundo turno. "Agora é momento de unirmos, de união, de estarmos juntos pela paz, por uma menor desigualdade social, para mais emprego, desenvolvimento econômico e mais fraternidade entre nós brasileiros", disse.

Por outro lado, o Novo fez um reconhecimento crítico à vitória de Lula, afirmando que a “agenda programática do PT é totalmente contrária à nossa, mas não se trata de uma oposição apenas do ponto de vista programático, trata-se de uma oposição moral”, disse Eduardo Ribeiro, presidente do partido.

Os fatores que explicam a vitória de Lula no 2.º turno da eleição presidencialAssociações e entidades de classe cumprimentam Lula pela vitóriaO presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, emitiu uma nota parabenizando a condução das eleições pelo TSE, ao presidente e aos governadores eleitos, e que se coloca à disposição "para a construção de um debate nacional pacífico, pautado pela união e que permita um ciclo virtuoso de quatro anos de progressos sociais e econômicos, em atendimento às necessidades mais urgentes do povo brasileiro".

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) parabenizou o trabalho do TSE ao longo da eleição e os candidatos eleitos no primeiro e no segundo turno "para representar o povo brasileiro". "Que exerçam da forma mais exitosa os seus mandatos", completou.

Já a Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) se colocou à disposição de Lula "para contribuir para a reunificação e desenvolvimento do país e fortalecimento do Estado Democrático de Direito". "A Associação também congratula o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela exitosa condução do processo eleitoral", completou Vicente Braga, presidente da Anape.

A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) desejou ao presidente eleito e aos governadores eleitos e reeleitos que tenham um próximo mandato de "avanços sociais, progresso econômico e pleno diálogo com as instituições", disse Manoel Murrieta, presidente da entidade.

E a presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Renata Gil, diz que o povo brasileiro "exerceu sua cidadania e tudo que desejamos é que sua voz seja respeitada durante o mandato''. A AMB irá trabalhar com o novo presidente, bem como os poderes da República para a construção de um país mais justo e solidário, fortalecendo o Estado Democrático de Direito".

Entre os candidatos da terceira via que não avançaram no primeiro turno, Felipe d’Avila (Novo) cumprimentou Lula pela vitória, mas disse que fará oposição ao novo governo. “Seguirei firme defendendo os valores, princípios e propostas que apresentei ao longo da campanha presidencial: combate implacável ao populismo, defesa da livre economia, erradicação da pobreza extrema, prioridade à educação básica, luta para transformar o Brasil em uma potência ambiental”.

Sofia Manzano, que concorreu à presidência pelo PCB, afirmou que é ainda é preciso observar atentamente as ações de Bolsonaro nestes últimos dois meses de governo. "Vamos ficar atentos, mobilizados, fazer o nosso trabalho de base. No próximo ano, mesmo com o governo Lula, temos que seguir a nossa organização na construção de um poder popular", afirmou.

Por outro lado, Ciro Gomes (PDT), que seguiu a orientação do partido em apoiar Lula, mas não fez campanha ao petista, o cumprimentou como um "saudável dever democrático por sua vitória nas eleições recém apuradas. Desejo ao presidente eleito toda a felicidade na honrosa missão a si concedida pela maioria de nosso povo brasileiro".

Já Soraya Thronicke (União Brasil) não fez qualquer declaração e afirmou, no começo do mês, que iria se abster de votar neste segundo turno.

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