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22/06/2022 às 09h48min - Atualizada em 22/06/2022 às 09h48min

Ex-ministro da Educação é preso por suspeita de tráfico de influência no MEC

Milton Ribeiro é investigado pela PF por ter favorecido os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura

Márcio Falcão / Wellington Hanna
G1
O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. — Foto: Dida Sampaio
O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso na manhã desta quarta-feira (22) suspeito de tráfico de influência na pasta. Ribeiro teria favorecido os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Há suspeita de cobrança de propina para liberação dos recursos. São treze mandados de busca e apreensão e cinco de prisão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal. A operação faz parte de investigação da atuação informal de pastores na liberação de verbas do Ministério da Educação. Ribeiro deixou o comando do MEC após caso ser revelado.

A PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina. O inquérito foi aberto após o jornal "O Estado de S. Paulo" revelar, em março, a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC controlado pelos pastores.

Dias depois, a imprensa divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva. "Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", disse o ministro no áudio. "Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", complementou Ribeiro. Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.

Em depoimento à PF no final de março, Ribeiro confirmou que recebeu o pastor Gilmar a pedido do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ele negou que tenha ocorrido qualquer tipo favorecimento. Em vídeo, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que botava "a cara no fogo" por Ribeiro e que as denúncias contra o ex-ministro eram "covardia".

Já nesta quarta, questionado sobre a prisão do ex-ministro pela PF, Bolsonaro afirmou que Ribeiro é quem deve responder por eventuais irregularidades à frente do MEC. "Ele responde pelos atos dele", afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia. O presidente disse ainda que "se a PF prendeu, tem motivo."

O caso envolve suspeitas de corrupção. Prefeitos denunciaram pedidos de propina – em dinheiro e em ouro – em troca da liberação de recursos para os municípios. Milton Ribeiro disse que pediu apuração dessas denúncias à Controladoria-Geral da União.

A operação deflagrada nesta quarta investiga a prática de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

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