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24/04/2022 às 00h01min - Atualizada em 24/04/2022 às 00h01min

Estudantes criam grupo para denunciar assédios dentro de ônibus em Joinville

Os relatos de importunação sexual nos coletivos lotados assustam a classe

Raquel Schiavini Schwarz
https://ndmais.com.br/transportes/estudantes-de-joinville-denunciam-casos-de-assedio-dentro-do-onibus/
Ônibus lotados favorecem casos de assédio. – Foto: Reprodução
Uma situação preocupante que não é de hoje. Estudantes de Joinville têm sofrido e denunciado casos de assédio dentro dos ônibus lotados. Na Udesc, as estudantes se uniram e criaram um grupo chamado de Sororidade que já conta com mais de 200 participantes. Esse grupo têm a intenção de dar apoio às estudantes que chegam de todas as partes do Estado para estudar em Joinville e que, muitas vezes, se sentem desamparadas. Ali, encontram apoio tanto para situações práticas do dia a dia quanto para casos mais sérios como assédio.

As estudantes contam que com a volta presencial das aulas elas passaram a usar mais o transporte público e, como são poucos horários disponíveis, os ônibus estão sempre lotados. “Isso favorece diferentes tipos de assédio, desde o assédio visual, onde as pessoas se sentem desconfortáveis, constrangidas, até mesmo como assédio físico, como esbarrar e passar a mão. Isso acontece com muita frequência”, relata Ana Paula Sartori Gomes, 20 anos, estudante do curso de Matemática.

Segundo elas, os casos de assédio ocorrem quase que diariamente. “Muitas meninas estão reclamando e sentimos a necessidade de fazer uma campanha”, reforça Ana Emanuele Ebel, 21 anos, estudante de Física.

Por isso, na próxima terça-feira, dia 26, haverá uma roda de conversa ao meio-dia no auditório F da Udesc sobre “Assédio no Transporte Público”. São três os principais objetivos desse encontro: acolher e buscar apoio mútuo; pensar em alternativas para situações de emergência, como criar um sinal, fazer barulho para avisar que precisa de ajuda e, num terceiro passo, provocar uma mobilização maior para que isso nunca mais aconteça. “Diante das inúmeras situações de assédio que ocorreram com as estudantes da Udesc, estamos propondo uma reunião para fazermos uma campanha contra o assédio no transporte público. A ideia é ir além da universidade, atingir os ônibus e terminais. O que vamos fazer? Colar cartazes? Fazer uma arte? Um sinal de ajuda para situações de perigo? Todas as ideias são bem vindas, logo, todos estão convidados!”.

Relato de casos: medo e revolta. Dois casos ocorridos recentemente foram o estopim para mobilização das jovens. No último dia 8 de abril, por volta das 18h30, uma estudante estava no ônibus lotado ao lado de uma amiga. Elas iam até o bairro Aventureiro. Era o último ônibus até chegar em casa. A jovem relatou que desde a entrada no terminal, dois homens estavam assediando todas as mulheres que passavam por eles, fazendo comentários e piadinhas.

“O ônibus começou a esvaziar. Os dois ficaram nos olhando de cima abaixo fazendo comentários obscenos audíveis e essa situação já foi muito desconfortável. Eles olharam novamente e eu fiz a pergunta: ‘algum problema’?. Um deles respondeu: ‘Olhar não é crime’. Então, eu disse: ‘olhar não é, mas assédio é'”, relatou uma jovem no grupo.

Chegando no bairro Aventureiro, as duas desceram na rua Tuiuti e os dois homens também. Elas ainda ficaram cerca de cinco minutos conversando para tentar “despistar” os rapazes. Uma das jovens, então, foi para casa no sentido contrário ao ônibus . A outra seguiu em uma lateral da Tuiuti  para chegar em casa também. Quando estava praticamente em frente à sua casa, mas ainda do outro lado da rua tentando atravessar, a estudante percebeu que os homens haviam a seguido. “Me seguiram e me abordaram. Chegaram gritando, dizendo que eu era louca e que eu nem era ‘tudo aquilo’ para sofrer assédio”, contou, assustada e revoltada, a jovem.

Quando ela foi atravessar para entrar em casa, um dos rapazes falou alto: “Vamos ver onde ela mora”. Nisso, para disfarçar, a jovem foi caminhando e não entrou em casa até ter segurança de voltar e entrar. Uma semana depois, a estudante pegou o mesmo ônibus e novamente se deparou com os rapazes que a haviam insultado. Desta vez, contou com ajuda de uma pessoa que a acompanhou até em casa. Quando os rapazes viram que ela estava acompanhada, desistiram de segui-la. A jovem relatou os casos no grupo, onde foi acolhida e apoiada.

O segundo caso recente que assustou as estudantes ocorreu no dia 11 de abril. Uma menina relatou que estava no terminal Norte esperando o ônibus. Ela estava andando pelo terminal e percebeu que um homem estava a seguindo. Ela ficou com tanto medo que acabou mudando os planos. Foi para casa direto e nem quis pegar outro ônibus para ir ao compromisso que havia agendado.

Com casos frequentes de assédio, as acadêmicas da Udesc estão ganhando apoio de outras universidades, como da Univille.

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