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20/11/2021 às 07h23min - Atualizada em 20/11/2021 às 07h23min

Vendedora de um mercado de animais foi a primeira paciente com Covid

Segundo estudos da OMS, a ‘Paciente zero’ de Covid veio de um mercado em Wuhan

Ansa
https://istoe.com.br/paciente-zero-de-covid-veio-de-mercado-em-wuhan-diz-estudo/
Alguns dos primeiros casos conhecidos de covid-19 tinham ligações com um mercado tradicional de alimentos na cidade chinesa de Wuhan - AFP/Arquivos
O primeiro caso de Covid-19 identificado em Wuhan, na China, teria sido, na realidade, o de uma vendedora que trabalhava em um mercado de animais da cidade, e não de um homem contador que nunca havia estado no local e morava a quilômetros de distância, como foi relatado em um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa é a conclusão de um estudo do virologista americano Michael Worobey, publicado na revista científica Science nesta quinta-feira (18), e reacende o debate sobre as origens da pandemia.

De acordo com o pesquisador, os dados, associados à análise dos primeiros casos do coronavírus Sars-CoV-2 em Wuhan, mostram que a origem do vírus é provavelmente animal. Worobey, especialista em rastrear a evolução de diferentes vírus na Universidade de Arizona, observou discrepâncias entre as informações públicas disponíveis e criou uma linha do tempo dos primeiros casos, compilando-os a partir de várias fontes, como notícias de jornais, dados de hospitais e entrevistas realizadas na China.

A partir disso, o virologista apontou que sua pesquisa “fornece fortes evidências a favor da origem da pandemia a partir de um animal vivo” nesse mercado. De acordo com ele, as autoridades sanitárias alertaram sobre casos de uma doença suspeita vinculada ao local a partir de 30 de dezembro de 2019, o que levou à identificação de mais infecções no mercado do que em outros locais.

Worobey argumenta que os laços da vendedora com o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, bem como uma nova análise das primeiras conexões dos pacientes hospitalizados, sugerem fortemente que a pandemia começou ali.

“Nesta cidade de 11 milhões de habitantes, metade dos primeiros casos está ligada a um lugar do tamanho de um campo de futebol”, disse Worobey. “É muito difícil explicar esse padrão se o surto não tiver começado no mercado.” O pesquisador criticou a pesquisa da Organização Mundial da Saúde, em especial pelas datas. Além de o primeiro caso citado pela OMS não ter relação com o mercado, o paciente foi registrado como doente a partir de 8 de dezembro, no entanto, os primeiros sintomas só apareceram em 16 de dezembro, de acordo com Worobey. A mulher indicada pelo pesquisador, por sua vez, adoeceu em 11 de dezembro.

Apesar das diversas pesquisas, até hoje não se sabe se o Sars-CoV-2 fez o chamado “salto de espécies”, saindo do mundo selvagem e infectando com eficiência os humanos, e qual o animal que teria sido esse “vetor”; ou se o vírus escapou acidentalmente de um laboratório de alta segurança de Wuhan.

A única certeza que as equipes que foram à China tiveram é que o coronavírus que causa a Covid-19 não é fabricado artificialmente. (ANSA)

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