02/10/2021 às 00h01min - Atualizada em 02/10/2021 às 00h01min
Você acredita que o Brasil precisa de mais ferrovias e menos caminhões nas estradas?
Bom dia, Rio dos Cedros!
Don Carlos Leal
Sábado, 02 de outubro de 2021
DIA INTERNACIONAL DA NÃO-VIOLÊNCIA E DIA DO ANJO DA GUARDA
Bom dia, Rio dos Cedros!
Você acredita que o Brasil precisa de mais ferrovias e menos caminhões nas estradas?
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''Em 1852, Irineu Evangelista de Sousa, futuro Barão de Mauá, reuniu as autoridades do império para sedimentar a primeira obra ferroviária no Brasil: uma estrada de ferro ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis. De forma simbólica, Sousa entregou a Dom Pedro II uma pá de prata com cabo de jacarandá, para que o imperador fizesse a primeira abertura de terra no local onde a estrada seria construída. Algumas histórias sugerem que a homenagem teria desagradado o imperador. Afinal, trabalho pesado era visto como algo menor, delegado aos escravos. Ainda assim, o ato de Sousa fez com que o imperador lhe concedesse o título de barão. Ao contrário de outros nobres brasileiros que incluíam símbolos indígenas e produtos agrícolas em seus brasões, Mauá escolheria uma locomotiva como seu emblema. Mas, desde então, as ferrovias viveram altos e baixos na história brasileira. Mas foram outras questões que tornaram o modal rodoviário o preferido dos políticos. Carros dependem de uma indústria complexa para serem produzidos. Por isso, seriam bons aliados na aceleração da industrialização no Brasil. Além disso, carros e caminhões são excelentes meios de arrecadação de impostos. Os impostos sobre o combustível, que somam 56%, são outra excelente maneira (para os políticos) de arrecadar impostos. Não por coincidência, os combustíveis pagam mais imposto do que a maioria dos demais bens. Em média, eles são responsáveis por 12% da arrecadação dos estados, e o IPVA, outros 8%. Governos com orçamentos comprometidos, remetem à ideia de desestimular o uso de veículos é, por assim dizer, apenas um sonho. Nossa dependência do setor rodoviário, que nos torna também dependentes de grupos de interesse, como o dos caminhoneiros, é um arranjo social no qual só há perdedores. A escolha pelas rodovias beneficiou apenas os políticos e empobreceu o país. Em princípio, a preocupação com caminhoneiros que eventualmente sejam atingidos pelas medidas é bastante justa. Afinal, famílias inteiras dependem destes empregos. No longo prazo, porém, impedir que o país fique R$ 300 bilhões mais pobre todos os anos por conta do nosso modal de transportes é uma medida capaz de beneficiar a toda população''. E você, acredita que o Brasil precisa de mais ferrovias e menos caminhões nas estradas?
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