Durante visita oficial ao Reino Unido nesta quinta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a afirmar que a liberdade de expressão é um valor central de sua administração. Ao lado do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que defendeu o direito à livre opinião com ressalvas contra conteúdos nocivos, Trump reforçou que “não há espaço para censura” em seu governo. No entanto, as declarações contrastam com uma série de medidas recentes que têm gerado críticas dentro e fora dos Estados Unidos. Entre elas, está a suspensão temporária da concessão de vistos de estudantes estrangeiros, anunciada em maio, e a exigência de que solicitantes brasileiros mantenham suas redes sociais em modo público para obter autorização de entrada no país. Além disso, o governo americano propôs limitar a permanência de estudantes e jornalistas estrangeiros, com prazos fixos de até quatro anos para estudantes e 240 dias para profissionais da imprensa, com possibilidade de extensão apenas em casos específicos. A tensão aumentou após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que Trump está disposto a usar o “poder econômico e militar” dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão em outros países. A declaração foi feita em resposta a questionamentos sobre sanções aplicadas ao Brasil, incluindo tarifas sobre produtos nacionais e revogação de vistos de autoridades brasileiras, como forma de protesto contra decisões judiciais envolvendo aliados políticos de Trump. A contradição entre o discurso oficial e as ações práticas tem gerado debates sobre o real compromisso do governo americano com a liberdade de expressão. A suspensão do programa do apresentador Jimmy Kimmel, após críticas a um ativista conservador, também foi citada como exemplo de pressão política sobre vozes dissonantes. Ao lado de Starmer, Trump minimizou o episódio, afirmando que o apresentador foi demitido por “falta de talento” e não por censura. O premiê britânico, por sua vez, reforçou que o Reino Unido protege “ferozmente” a liberdade de expressão, mas que há limites quando ela é usada para incitar danos reais.
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