À medida que se aproxima o julgamento da tentativa de golpe que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos intensificam os esforços para frear o protagonismo político do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado como possível candidato à Presidência em 2026. A hesitação de Bolsonaro em definir um sucessor tem aberto espaço para disputas internas na direita, com críticas públicas e movimentações estratégicas por parte de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro.
Críticas veladas e disputas internas
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que antecipar a corrida presidencial pode prejudicar qualquer candidatura, em uma crítica indireta a Tarcísio, que tem adotado postura de pré-candidato. “Desconheço algum candidato à Presidência que tenha obtido sucesso ao antecipar tanto assim a disputa”, declarou.
Carlos Bolsonaro, vereador no Rio, também se manifestou, acusando governadores de direita de “fingirem normalidade” diante do julgamento do pai. Ele sugeriu apoio à candidatura de Eduardo Bolsonaro, deputado federal, que está nos Estados Unidos e criticou o que chamou de “chantagem” por parte de aliados que pressionam pela definição de um novo nome para a disputa.
PL dividido e tensão com Tarcísio
A movimentação de Flávio é vista por lideranças do PL como alinhada ao ex-presidente, que tenta manter influência sobre a oposição mesmo diante da possibilidade de se tornar inelegível. A declaração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a possível filiação de Tarcísio ao partido irritou Eduardo, que ameaçou deixar a legenda e disputar o Planalto por outra sigla.
Valdemar tentou conter a crise ao afirmar que o candidato do PL será “Jair Bolsonaro ou quem ele, e só ele, escolher”. A fala foi interpretada como uma tentativa de reafirmar a liderança do ex-presidente sobre o partido.
Conflitos familiares e expectativas jurídicas
Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que Bolsonaro e Eduardo discutiram após o ex-presidente elogiar Tarcísio e chamar o filho de “imaturo”. Eduardo está proibido de manter contato com o pai por decisão judicial, já que ambos são investigados por coação.
Nos bastidores, há quem veja em Tarcísio uma figura capaz de conceder indulto a Bolsonaro em caso de condenação. No entanto, críticos como o pastor Silas Malafaia questionam a disposição do governador de enfrentar o Supremo Tribunal Federal, alimentando a tese de que o sucessor ideal deve vir da própria família Bolsonaro.
Carlos e o apelo à lealdade
Carlos Bolsonaro também reforçou o discurso de fidelidade ao pai, criticando governadores da direita por “falta de humanidade com quem os possibilitou alçar voos”, em referência direta a Jair Bolsonaro.
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