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É verdade que a cidade mais alemã de Santa Catarina proibiu casas feias?

Pomerode mantém regras urbanísticas para preservar o charme histórico, mas nem tudo que circula nas redes é verdade

Olga Helena de Paula / Don Carlos Leal
05/08/2025 16h13 - Atualizado há 3 dias
É verdade que a cidade mais alemã de Santa Catarina proibiu casas feias?
Cidade de imigração alemã de SC proibiu casas feias? O que é verdade nas exigências de Pomerode. – Foto: Divulgação / Prefeitura de Pomerode

Pomerode, no Vale do Itajaí, é conhecida pelas ruas arborizadas, casas em estilo enxaimel e pelo título de “cidade mais alemã do Brasil”. Para manter esse charme histórico, o município adota regras urbanísticas que limitam alturas de prédios, definem padrões de fachadas e exigem cuidados em áreas tombadas.

Nas últimas semanas, essas normas foram alvo de debate após uma publicação nas redes sociais sugerir que a cidade teria “proibido casas feias” – mas nem tudo corresponde à realidade. Um vídeo publicado no YouTube intitulado “A Cidade que Proibiu a Feiura”, que já somou 165 mil visualizações até a última segunda-feira (4) está dando o que falar.

Na produção, o narrador questiona: “E se proibíssemos os barracos?” e descreve Pomerode como uma cidade que protege a beleza e o passado, citando que fachadas modernas seriam proibidas, janelas precisariam ter batentes de madeira, cores das casas passariam por uma paleta aprovada pela Prefeitura e até empresas precisariam seguir uma arquitetura condizente com a cultura do município. O vídeo ainda sugere que quem constrói em enxaimel teria isenção de IPTU.

O que diz a Prefeitura de Pomerode
O gerente da Comissão de Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Pomerode, Paulo Afonso Schmitz, reforça que o cuidado com os imóveis históricos e o planejamento urbano são essenciais para manter a identidade cultural da cidade com 34.289 habitantes.

“Nosso trabalho é zelar pelo que temos. Queremos evitar que Pomerode se torne uma cidade desorganizada ou descaracterizada. Se não houver cuidado, corre o risco de virar uma favela”, afirmou ao ND Mais.

Segundo ele, as obras de restauração e auxílios a imóveis tombados estão paralisadas enquanto o município finaliza a readequação do novo Plano Diretor, que deverá fortalecer o planejamento urbano sem liberar construções indiscriminadas.

Especialista rebate informações do vídeo
O empresário Anderson Töwe, diretor da Heimat Arquitetura e especialista na técnica enxaimel, explica que nem todas as casas mostradas no vídeo são enxaimel autênticas. “Muitas são apenas inspirações, não seguem o método tradicional de encaixe de madeiras”, diz.

Ele também corrige a informação sobre o IPTU: somente imóveis tombados podem solicitar isenção, e não há uma fábrica de casas enxaimel em Pomerode, somente nas cidades vizinhas, como a dele que fica em Jaraguá do Sul.

Segundo Töwe, licitações para restauração de imóveis históricos estão suspensas até que a Prefeitura finalize obras em seus próprios prédios tombados.

O que diz a lei
Apesar do tom do vídeo, Pomerode não possui uma lei que “proíba casas feias”. O que existe são regras urbanísticas que variam conforme a região:

Rota do Enxaimel: área tombada com regulamentações rígidas para construção e reforma, mantendo o estilo arquitetônico tradicional;
Demais áreas: seguem o Código de Obras e o Plano Diretor, que buscam um crescimento urbano harmonioso e sustentável;
Fiscalização: é feita pela Prefeitura, que pode aplicar multas em caso de descumprimento das normas.

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FONTE: ND+
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