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Você tem ideia de como funciona o sistema de geolocalização, e se os EUA poderiam bloquear GPS no Brasil?

Há discussões sobre se os Estados Unidos poderiam bloquear o GPS no Brasil, mas a resposta envolve nuances técnicas e geopolíticas

Rute Pina / Don Carlos Leal
20/07/2025 11h29 - Atualizado há 1 dia
Você tem ideia de como funciona o sistema de geolocalização, e se os EUA poderiam bloquear GPS no Brasil?
Bolsonaristas especularam que, entre novas sanções cogitadas pelos EUA ao Brasil, estaria o bloqueio do uso de satélites e GPS. - Imagem: Ilustrativa / Reprodução
Durante a semana, aliados do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) relataram que devem ocorrer mais sanções contra o Brasil nos próximos dias. Estariam na mesa opções como aumentar as tarifas para exportações brasileiras para 100%, implementar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, adotar sanções em conjunto com a Otan e até sanções tecnológicas, como bloqueio do uso de satélites e GPS.
 
O sistema de geolocalização — especialmente o GPS — é uma das tecnologias mais fascinantes e essenciais do nosso tempo. O GPS (Global Positioning System) é composto por 24 satélites em órbita, distribuídos em seis planos ao redor da Terra.
 
Cada satélite transmite sinais de rádio com informações sobre sua posição e o horário exato de emissão. Um receptor (como seu celular) capta esses sinais e calcula sua posição com base na diferença de tempo entre o envio e o recebimento do sinal.
 
Para uma localização precisa, o receptor precisa captar sinais de pelo menos quatro satélites.
 
Mas os EUA poderiam bloquear o GPS no Brasil? Tecnicamente, é extremamente difícil bloquear o GPS apenas para um país como o Brasil. Eis por quê:
Os sinais do GPS são unidirecionais e globais — saem dos satélites e alcançam qualquer receptor na Terra simultaneamente;
Bloquear o sinal apenas para o Brasil afetaria também países vizinhos e até os próprios EUA, tornando a ação impraticável;
Seria como tentar impedir que uma estação de rádio fosse ouvida em uma cidade específica, mesmo que o sinal esteja disponível para todos.
 
Técnicas de interferência local:
Apesar de não ser possível “desligar” o GPS para um país inteiro, existem formas de interferir localmente:
Jamming: emissão de sinais de rádio na mesma frequência para neutralizar o sinal original dos satélites;
Spoofing: envio de sinais falsos para enganar receptores e indicar uma localização incorreta.
 
Essas técnicas já foram usadas em zonas de conflito, como na guerra entre Rússia e Ucrânia, para “cegar” mísseis guiados e drones.
 
Alternativas ao GPS
O mundo não depende exclusivamente do GPS. Existem outros sistemas de posicionamento global:
Sistema País de origem Cobertura;
GLONASS Rússia Global;
BeiDou China Global;
Galileo União Europeia Global;
NavIC Índia Regional;
QZSS Japão Regional;
 
"Embora improvável, tecnicamente os Estados Unidos poderiam restringir ou degradar o sinal civil do GPS em determinadas regiões, por motivos militares ou estratégicos". Mas dispositivos modernos já são compatíveis com múltiplos sistemas GNSS, o que garante redundância e segurança em caso de falhas.
 
"Ainda assim, o Brasil e o mundo não ficariam completamente no escuro. Há outros sistemas disponíveis, e a maioria dos celulares, aviões, navios e equipamentos modernos já são compatíveis com múltiplas constelações de satélites. Ou seja, o GPS não é mais o único sistema disponível", explica o engenheiro Eduardo Tude, especialista nas áreas de Redes Ópticas, Sistemas Celulares e Comunicações por Satélite e presidente da Teleco, consultoria em Telecomunicações.
 
"Mas é um assunto mais delicado do que apertar um botão para desligar", finaliza.
 
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FONTE: BBC
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